Uma exposição no Museu do Ipiranga quer dar visibilidade a uma parte da população que foi silenciada no período da Independência do Brasil. A ideia é mostrar um outro olhar sobre os brasileiros que formavam a sociedade quando o país saiu do domínio de Portugal.
A mostra “Uma história do Brasil” quer provocar a reflexão sobre o modo de se pensar na época. A supervisora do Museu, Isabela de Arruda, explica que, quando o edifício ficou pronto, em 1922, queria legitimar o papel político das elites paulistas daquele momento, com a narrativa dos bandeirantes como pioneiros, e São Paulo como protagonista da história nacional, apoiado na situação da economia baseada no café.
A exposição fala da questão dos bandeirantes e indígenas, dos negros em situação de submissão aos brancos e trata ainda da questão de gênero, pois nas obras da época poucas mulheres estão representadas, e sob uma ótica da sociedade imperial.
A supervisora chama a atenção para a obra mais conhecida do Museu, o quadro Independência ou Morte!, do pintor Pedro Américo. Isabela relata que a imagem foi criada para identificar o episódio da Independência como um acontecimento paulista, o chamado Grito do Ipiranga, naquela região da cidade de São Paulo.