O primeiro indígena a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, Ailton Krenak, de 70 anos, é filósofo, ambientalista e também o grande responsável por convencer os deputados constituintes, a votar e reconhecer na Constituição de 1988 os direitos dos povos indígenas. Krenak disse que ficou surpreso com sua admissão na ABL, já que, segundo ele, é uma instituição que historicamente nunca se abriu para a diversidade das culturas dos povos originários.
Ele enfatizou que dezenas de meninos e meninas indígenas estão seguindo seu exemplo, escrevendo livros e espalhando o pensamento indígena de uma forma ampla e coletiva. Para ele, a eleição da ABL ter acontecido no dia 05 de outubro, mesmo dia em que a Constituição completou 35 anos, não foi uma coincidência e sim um eixo que se completa e que vai fazer as novas gerações e instituições aprenderem com o tempo a se abrir para a diversidade. A artista indígena Daiara Tukano, considerou a eleição de Krenak para a ABL um marco histórico.
Ailton Krenak foi eleito com 23 dos 39 votos. Ele assume a cadeira número 5, que pertenceu a Raquel de Queiroz e também a José Murilo de Carvalho, falecido em agosto deste ano. Disputaram com Krenak a historiadora Mary del Priore e o escritor também indígena Daniel Munduruku, que obtiveram, respectivamente, 12 e 4 votos.
Krenak nasceu em 1953, na região do vale do rio Doce, em Minas Gerais, território do povo Krenak, um local afetado pela atividade de extração de minérios. Krenak é ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas. É comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Krenak organizou a Aliança dos Povos da Floresta, que reúne comunidades ribeirinhas e indígenas na Amazônia e contribuiu para a criação da UNI, a União das Nações Indígenas.
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