Podcast: Ep 6- Soberana Ziza e a luta contra o apagamento das mulheres

Para Soberana Ziza o Hip Hop é movimento, lugar de conhecimento, de resistência, de militância. Ela conheceu à arte de rua em 2006 e, desde então, estabeleceu uma trajetória que hoje tensiona os espaços da arte contemporânea, trabalhando em outras linguagens e materiais. Sempre tendo o feminino como referência, Ziza busca reinserir na história do Hip Hop as mulheres que sofreram com o apagamento, assim como resgatar a história negra de bairros paulistanos
"Entendendo também enquanto uma artista periférica, uma artista mulher, uma artista que por muito tempo sofria o apagamento. Através do Hip Hop, através de mulheres que eu tive como espelho, eu pude me colocar nessa história novamente."
A história sempre apagou a mulher, por isso atualmente a principal pesquisa de Soberana Ziza é sobre o apagamento em territórios e na história das artes. Ela reconstrói essas trajetórias por meio de seus grandes murais espalhados pela cidade.
De acordo com a multiartista o grafite não é somente decoração, mas também um lugar de aprendizado, um lugar de encontro, justamente com as histórias que não estão nos livros, que não estão atualmente nos podcasts, uma história que está sendo recontada nas ruas..
O Hip Hop foi um lugar de acolhimento, a Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop contribuiu para que tudo acontecesse.
"Aonde eu também me encontrei enquanto uma artista, oficineira, onde eu também pude entender que isso seria arte, mas que também seria um lugar aonde que eu poderia encontrar uma renda, que eu poderia ministrar oficinas, que eu poderia plantar sementes, né, porque o Hip Hop ele tem esse ciclo. Você aprende, mas também você planta novas sementes. Então, na Frente Nacional, eu entendi que ali, com essas mulheres, mulheres que foram um espelho para mim, igual a Sharyline. Sharylaine é uma pessoa que ainda hoje a gente aprende muito com ela, é uma visionária ao seu tempo, é uma pessoa que sempre compartilha, né. E foi isso que mudou, de certa forma, esse meu pensar e que me fortaleceu para ser quem eu sou hoje."
Atualmente os muros não são suas únicas telas, ela trabalha com outros materiais e se revela na arte contemporânea. "O meu trabalho na rua, ele continua com a sua incógnita e esse meu trabalho de arte contemporânea, ele vem criando esse novo ar. Mas sempre os dois dialogam sobre a figura da mulher e sobre essa questão do nosso patrimônio, da nossa memória e dessa questão de se colocar na cidade, dessas novas histórias construídas através de mim, mas também dessas pessoas em destaque. Então, eu acho que sim, a gente está se colocando nas bienais, se colocando nessas grandes exposições, mas também justamente porque hoje a gente tem curadores negros, curadores que têm essa delicadeza de construir, né, um lugar onde todos se sintam representados."
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EPISÓDIO 6 – Soberana Ziza
Sobe som 🎶
Vinheta: Dos griôs da África para as periferias do mundo: 50 anos de Hip Hop
Sobe som 🎶
Soberana Ziza: A nossa história no Hip-Hop, ela é principalmente em coletivo. Por muito tempo, a gente pautou esses lugares de uma forma, principalmente, feita através de batalha realmente. Então, a gente sempre batalhou por essa equidade de gênero, por esse lugar dentro dessa cultura, desse lugar, desses espaços de destaque. As mulheres, elas sempre estiveram na cultura, mas as suas histórias, elas, infelizmente, sofreram apagamento. Então, hoje, na verdade, todas nós estamos nesse lugar de se recolocar nessa história que foi contada, retirando essa nossa importância. O que eu vejo nessa cultura, que sim, é uma cultura machista, por muito tempo e hoje ainda essa técnica de colocar ela, mas colocar em um lugar com uma pouca visibilidade ainda é muito utilizado. A gente sempre esteve à frente dos homens, isso é fato. Porque nós sempre estivemos nas escritas dos projetos, nós sempre estivemos na Câmara dos Deputados pautando esse lugar na cidade, esse lugar dentro dos editais. A gente sempre esteve, principalmente, atrás dos holofotes, fazendo essa carreira de muitos artistas também, como produtora, como pessoas que constroem grandes projetos. Então hoje a nossa principal função é se colocar principalmente nessas histórias. A gente sempre esteve, mas as nossas falas não foram por muito tempo ouvidas.
Sobe som 🎶 Preta da quebrada – Flora Mattos
“Se você não liga, não entendeu nada
Vou resolver o problema dessa mina machucada
Se você não liga, não entendeu nada
Vou resolver o problema dela essa madrugada”
Cai a BG🎶
Daniel Mello: A grafiteira e multiartista Soberana Ziza foi introduzida à arte de rua em 2006. Desde então, estabeleceu uma trajetória que hoje tensiona os espaços da arte contemporânea, trabalhando em outras linguagens e materiais. Sempre tendo o feminino como referência, Ziza busca reinserir na história do Hip Hop as mulheres que sofreram com o apagamento, assim como resgatar a história negra de bairros paulistanos.
Daniel Mello: Nossa conversa foi gravada no lugar em que ela teve o primeiro contato com a arte de rua e onde, anos mais tarde, viria a decorar com seus grafites: O Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ), na Vila Nova Cachoeirinha, zona norte paulistana.
Sobe som 🎶
Daniel Mello:: Como é começar a sua trajetória Hip Hop aqui, no CCJ, e, hoje, ser parte do espaço com esses murais?
Soberana Ziza: É, naquela época, eu era somente uma jovem monitora, estava fazendo parte do projeto de monitoria e naquele lugar eu me encontrava como uma peça no seu lugar de destaque, por ser também desse lugar, eu moro nesse lugar, o meu território ele é aqui. Então, movia algo que eu queria estar nesse lugar, mas eu entendia também que estar nesse lugar seria também buscar quebrar isso que é muito posto pra gente, que é justamente, enquanto uma artista periférica, acho que o nosso grande problema atual é quebrar justamente esse ciclo que é dado pra gente que é não romper com nosso próprio território. Então, assim, eu sempre quis fortalecer o meu território, mas eu também entendia que, estando longe desse território, indo ao centro buscar informações, eu poderia voltar de uma outra forma pra esse território. Então, assim, enquanto eu estava nesse lugar, eu me nutri, me fortaleci, mas eu fui buscar em outros lugares, né, informações, acesso justamente à academia, para voltar de uma outra forma, é, e também contribuir para esse território, que eu também continuo sendo uma das atuantes. Então, naquele momento, eu não era uma artista de destaque, mas eu entendo que, hoje, pra mim, não é só somente ser uma artista daqui. Mas sim hoje eu me encontro como um espelho para essas artistas mulheres, para esses outros artistas que daquela época também puderam, né, me fortalecer. Hoje, ser destaque nesse lugar, não só aqui, mas também em outros lugares educacionais também. Que eu entendo que a arte ela também carrega isso junto, que é a educação. Então, tem muitas escolas aqui da região que têm as minhas obras. E é isso, né? O Hip Hop ele sempre esteve ligado à educação. Ele não é algo que é desprendido, ele não é somente um espetáculo, ele se desdobra, ele está dentro do ensino integrado. Então, acho que é isso, a importância não só cultural, não só na parte das artes visuais, mas também ele carrega algo que é muito importante para gente, que é essa ligação forte que as crianças, que os jovens têm. Atualmente, a gente está vendo, né, uma grande movimentação das batalhas em lugares da cidade, sempre protagonizado por jovens desses territórios, mas o que não nos desliga desse movimento que iniciou com os MCs, né. Então, isso é só um desdobramento visto pela visão dessa nova juventude que transforma, mas também coloca essas artes de uma forma a colocar eles em primeira pessoa.
Daniel Mello:: Ziza, o que é Hip Hop pra você?
Soberana Ziza: Bom, Hip Hop pra mim é um movimento, ele é um lugar de conhecimento, um lugar de resistência, militância, e foi aí onde eu pude ter um pouco dessa minha história recontada e me colocar na história. Entendendo também enquanto uma artista periférica, uma artista mulher, uma artista que por muito tempo sofria o apagamento. Através do Hip Hop, através de mulheres que eu tive como espelho, eu pude me colocar nessa história novamente.
Daniel Mello: Eu estava vendo uma entrevista sua que você fala que o Hip Hop começa dentro da gente e depois vai pra rua. O que você quer dizer com isso? Como é que nasce esse Hip Hop dentro de você?
Soberana Ziza: Como o próprio grafite, como o próprio MC, como o próprio b-boy, b-girl, ele tem que, primeiramente, reverberar no nosso corpo, incomodar. Eu, enquanto uma artista que questiona principalmente a figura feminina, a cidade, enquanto mulher, eu tive que acessar de uma forma, enquanto uma artista artivista. Então, por isso que eu digo sempre que a arte, ela primeiro questiona e ela reverbera no nosso corpo e a gente cria um mecanismo, principalmente, de criar essa linguagem, de criar o mecanismo pra gente acessar as pessoas, acessar a cidade e assim poder se comunicar.
Daniel Mello: Então, essa sua opção de trabalhar a ancestralidade, a figura feminina, é uma reverberação que vem do seu corpo?
Soberana Ziza: Sim. A história sempre apagou a mulher e comigo não foi diferente. Então, atualmente, a minha principal pesquisa é sobre o apagamento em territórios, na história das artes e, principalmente, reconstruir, através desses grandes murais que eu venho fazendo na cidade, reconstruir a história em primeira pessoa. Então, quando eu tenho essa possibilidade de trocar com ela, ela sempre será o primeiro plano e quando, infelizmente, ela já tiver passado para o próximo plano, eu reconto essa história através das artes. Mas entendo também esse grafite, essa arte que não é somente decoração, essa arte que ela é também um lugar de aprendizado, um lugar de encontro, justamente com essas histórias que não estão nos livros, que não estão atualmente nos podcasts, uma história que a gente usa a rua de uma forma democrática para recontar ela.
Daniel Mello: O Hip Hop também é uma muito masculina, né. Como é que foi essa sua entrada, que mulheres que te inspiraram a você estar nessa cena?
Soberana Ziza: Olha, eu fui muito agraciada, porque nessa oficina que eu fiz aqui nesse lugar, foi ministrada por duas grafiteiras, uma era a Tikka e a Kátia Suzue. Então, elas foram as que deram esse primeiro passo. Então, eu já estava acolhida, praticamente, dentro desse núcleo, que era chamado grafite. Mas, falando do Hip Hop em si, eu não posso deixar de falar da Frente Nacional de Mulheres do Hip Hop, que foi ali onde tudo aconteceu. Aonde eu também me encontrei enquanto uma artista, oficineira, onde eu também pude entender que isso seria arte, mas que também seria um lugar aonde que eu poderia encontrar uma renda, que eu poderia ministrar oficinas, que eu poderia plantar sementes, né, porque o Hip Hop ele tem esse ciclo. Você aprende, mas também você planta novas sementes. Então, na Frente Nacional, eu entendi que ali, com essas mulheres, mulheres que foram um espelho para mim, igual a Sharyline. Sharylaine é uma pessoa que ainda hoje a gente aprende muito com ela, é uma visionária ao seu tempo, é uma pessoa que sempre compartilha, né. E foi isso que mudou, de certa forma, esse meu pensar e que me fortaleceu para ser quem eu sou hoje.
Daniel Mello: Essa entrada tem a ver também com esse trabalho que você faz, trabalhando muito a figura feminina?
Soberana Ziza: Sim, as mulheres são sempre as protagonistas do meu trabalho. As mulheres, elas são como se fossem as condutoras dessas novas histórias. Então, nos meus murais, elas sempre ganham esse protagonismo e elas sempre iniciam o mural, igual a gente está vendo aqui, esse início dessa mulher, e na outra ponta a gente tem uma outra mulher. Então, é como se fosse uma mulher inicia uma fala, a gente tem a gestação desse debate, dessa história, a gente reconstrói essa história e, no final, inicia novamente essa história, porque, infelizmente, muitas dessas histórias a gente não vai conseguir recontar ela por completo. Então, a gente tem fragmentos, mas sempre a figura feminina é a pessoa aonde que eu pude me reconectar. Então eu aprendi com a minha mãe, com a minha avó, com essas personalidades do Hip Hop, com essas personalidades do grafite.
Daniel Mello: Também, assim, essa construção de espaços de representatividade. Você fala ‘eu tô aqui, periferia, mas tô ocupando espaço no centro também’, como é que funciona isso?
Soberana Ziza: Olha, eu gosto sempre de dizer de um projeto que eu tenho chamado Estamos Vivos. Por muito tempo, esse lugar central, ele tinha nome e personalidade. E nunca era protagonizado por atuantes das pontas da cidade. Esse projeto, ele veio justamente para dizer que nós, artistas das pontas, estamos vivos e a gente não precisa de ninguém ilustrar a gente. A gente é o protagonista nessa fala e nessa narrativa. Então, a gente leva pro Parque Minhocão duas empenas, que é esse lugar também para o artista, né, todo artista quer esse destaque na cidade, esse lugar de comunicação com as pessoas. E a gente no Hip Hop também, né? Quem não quer subir num palco e pegar um mic e ter o seu lugar de destaque ali? Então, a gente, enquanto artista, né, multiartista atualmente eu me encontro, a gente queria esse lugar de diálogo. E naquele lugar ali, cada um teve esse lugar para criar um debate na cidade. Pensando, sim, que eu entendo que aquele lugar, hoje, tem vários outros debates, né, principalmente esse lugar decorativo da cidade. Então, virou um lugar instagramável hoje, mas que a gente, que tem essa base no Hip Hop, a gente sempre traz esse lugar de debate, esse lugar de conhecimento, como se fosse um grande livro aberto para as outras pessoas que passam ali poder se reconectar a esse debate e também poder construir com a gente. Porque muitas das vezes a gente inicia esse debate nas ruas, mas termina na roda de conversa. E é isso que se torna rico, porque aproxima também o artista das pessoas.
Daniel Mello: Várias vezes você falou de transmissão de conhecimento, né? Você ainda dá aula? Você começou aqui também como jovem monitora, né? Você ainda dá aula? Você ainda transmite conhecimento pra galera que tá chegando?
Soberana Ziza: Sim. Hoje, atualmente, eu faço muitas formações para professor. Eu entendo que esse uso das ruas é sim democrático, ele não é como uma galeria, ele não exclui as pessoas, você não precisa pagar ingresso para entrar. E principalmente aqui na Zona Norte, eu venho debatendo esse território negro que existe aqui no nosso bairro, que é o bairro da Casa Verde, mas também que são principalmente esses atuantes, e eu também me coloco como uma protagonista, uso esse meu trabalho como um lugar de encontro também para os professores. Então, meu trabalho também fala sobre esse continente que sofreu também esse apagamento, que é o continente africano. Isso que chega como decoração pra gente, como os texteis africanos, eu recoloco, reconto, aprendo, na verdade, também troco com eles. Entendo que o tecido hoje não é somente algo decorativo, ele é algo que é de cada povo e ele consegue contar, através dos seus grafismos, das cores, a história desse povo. Então eu uso a arte, principalmente, que é a criação desses grandes murais, como aqui a gente tem esse mural que fala sobre os texteis africanos e aí eu reconto através dessas grandes formações que eu dou para os professores, mas também dos bairros, como há destaque o próprio bairro da Liberdade, que também é um território negro, mas que veio com a evolução da nossa cidade, veio perdendo essas características e que hoje a gente está nessa retomada, né, nessa reconstrução dessas histórias.
Daniel Mello: Por falar disso de multiartista, você falou de tecido, você tem vários trabalhos agora que são com tecido, que se distanciam um tanto do grafite, do Hip Hop, como você mesma estava dizendo. Como é que foi essa transição? Como é que foi esse interesse?
Soberana Ziza: Olha, eu sou da época que, para ser grafiteiro de verdade, tinha que ter feito 100% com spray. Depois foi colocando, né, pode usar, muito usando a técnica dos muralistas, né, o pincel, e hoje eu me coloco nesse lugar também de sair dessa parede. Eu sempre usei como uma ferramenta a parede, e hoje eu uso tecido principalmente para falar sobre o apagamento, porque eu uso tecido voal, ele tem essa transparência, então eu crio camadas de história. E quando a gente coloca essas camadas de história, uma história vai sendo construída através dessas grandes camadas que uma dá para ver através das outras.
Daniel Mello: Como você acha importante a gente ocupar também esse espaço da arte contemporânea, que é um espaço que ainda a gente está tendo bastante mudança agora, mas ainda muito embranquecido, né?
Soberana Ziza: Sim. Como uma artista que saiu das ruas, a primeira coisa que a gente é colocada é que a gente tem que mudar de nome. E eu ainda me coloco como Soberana Ziza e quero continuar sendo quem eu sou. Eu acho que todo artista carrega uma questão, ele carrega uma incógnita. E o meu trabalho na rua, ele continua com a sua incógnita e esse meu trabalho de arte contemporânea, ele vem criando esse novo ar. Mas sempre os dois dialogam sobre a figura da mulher e sobre essa questão do nosso patrimônio, da nossa memória e dessa questão de se colocar na cidade, dessas novas histórias construídas através de mim, mas também dessas pessoas em destaque. Então, eu acho que sim, a gente está se colocando nas bienais, se colocando nessas grandes exposições, mas também justamente porque hoje a gente tem curadores negros, curadores que têm essa delicadeza de construir, né, um lugar onde todos se sintam representados.
Daniel Mello: A gente falou também bastante, né, de como você foi fortalecida por outras mulheres que já estavam na cena, mas em algum momento você se sentiu ali desacreditada por ser mulher:
Soberana Ziza: Com certeza. Em todo momento, você pode ter certeza que, ainda, em 2023, ainda eu tenho dúvida. Infelizmente, eu tive que acreditar, estou acreditando até hoje nisso, mas eu sempre entendo que hoje não é somente o que eu acho, o que eu não acho. Acho que hoje eu já sou essa figura. Isso desdobra. Não é somente artista, né? É uma referência, é uma pessoa que hoje ela constrói não somente na sua área de atuação, mas também ela está construindo algo que será fortalecido no futuro, está fazendo algo que, principalmente, nunca foi feito, essa relação do direito à cidade, do direito a se manifestar através de grandes empenas, desse acesso. Quem dá esse acesso para esse lugar de destaque da nossa cidade? Então, a dúvida, ela sempre habita, mas é preciso sim, esse lugar também de ter pessoas que nos fortaleçam e que também acreditem na gente. Mas a questão, o questionamento, ele sempre habita esse nosso... Mulheres, mulheres periféricas, a dúvida ela sempre vem e ela vem de uma forma, às vezes, assim, muito delicada e muitas mulheres já pararam, não só no grafite, mas também as MCs, né, infelizmente tiveram que desistir.
Sobe som 🎶 Preta da quebrada - Flora Mattos
“Meu sentimento fala, conversa com a alma
E a minha mente conclui que eu mereço ser respeitada
Sou uma mulher de garra, preta de quebrada
E o conforto que eu tenho é o meu dinheiro que paga
E seja na favela ou nos prédio, eu 'tô em casa
Faço rap bem feito que é pra não me faltar nada
Eu vou ficar milionária, milionária
Sem nunca depender de um homem pra ter minhas parada
Faço minha caminhada
Sou um exemplo vivo de mulher que não se cala”
Cai a BG 🎶
CRÉDITOS:
Daniel Mello: Este foi o penúltimo episódio do Podcast Dos griôs da África para as periferias do mundo: 50 anos de Hip Hop. Uma produção da Radioagência Nacional.
A reportagem, entrevistas e narração foram minhas, Daniel Mello.
A produção foi de Sara Quines.
Adaptação, edição, roteiro e montagem de Akemi Nitahara.
A coordenação de processos é da Beatriz Arcoverde
Sonoplastia: Jaílton Sodré
Implementação na Web: Beatriz Arcoverde e Lincoln Araújo
Interpretação em Libras: Jhonatas Narciso
Música tema da série: Rappers Delight, de Sugarhill Gang
Neste episódio também utilizamos a música Preta da quebrada, de Flora Mattos.
O último episódio é um bônus: uma entrevista gravada em agosto com MV Bill para a Agência Brasil, no marco dos 50 anos da block party dos irmãos Cindy Campbel e Kool Herc. O podcast está disponível na Radioagência Nacional, nos tocadores de áudio e também com interpretação em Libras no YouTube.
Sobe som 🎶
Entrevistas e narração | Daniel Mello |
Adaptação, edição, roteiro e montagem | Akemi Nitahara |
Produção | Sara Quines |
Coordenação de processos e edição | Beatriz Arcoverde |
Sonoplastia: | Jailton Sodré |
Identidade visual e design: | Caroline Ramos |
Implementação na Web: | Beatriz Arcoverde, Leyberson Pedrosa e Lincoln Araújo |
Interpretação em Libras: | Equipe EBC |
Quer saber mais sobre o tema? Confira o Caminhos da Reportagem, produzido pela TV Brasil e a série de entrevistas da Agência Brasil.





