Sambódromo chega aos 40 anos como palco do carnaval do Rio de Janeiro
Inaugurado no dia 2 de março de 1984, o Sambódromo do Rio chega aos 40 anos. Tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) é considerado um templo do carnaval. A história começou quando as escolas de samba tiveram que encontrar um novo espaço para seus desfiles, que antes aconteciam anualmente de forma itinerante em avenidas do centro da capital fluminense. O projeto foi executado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, com a participação de mais de 2.500 operários. A pista tem 700 metros de extensão e 13 metros de largura. Oficialmente, o nome é Passarela Darcy Ribeiro, em homenagem ao principal idealizador da obra e vice-governador na época.
Para o colunista, escritor e doutorando em história social Leandro Silveira, o local é como um livro cujas páginas contam e cantam o carnaval do país.
Entre os momentos importantes do Sambódromo, destaque para o carnaval de 1988, ano em que foi celebrado o centenário da abolição da escravatura. Para celebrar a data, grandes agremiações, como Mangueira e Vila Isabel, ressaltaram a resistência da população negra ao cativeiro e denunciaram o racismo estrutural que ainda permeia nossa sociedade.
A história da Marquês de Sapucaí também é marcada por nomes de peso que ajudaram a escrevê-la. Entre eles, Leandro cita a carnavalesca Rosa Magalhães, considerada a maior campeã do Sambódromo com seis títulos conquistados.
O historiador chama a atenção para uma curiosidade pouco conhecida: o Setor 13, local de confraternização e interação social de sambistas durante os ensaios técnicos.
Famoso pelo carisma, o gari e passista Renato Sorriso ganhou fama internacional após riscar com seus passos a passarela do samba e participou até do encerramento das Olimpíadas de Londres em 2012. Apaixonado pelo que faz, ele é dos símbolos do carnaval carioca.
Como diz o compositor Noca da Portela, a Marquês de Sapucaí representa um verdadeiro templo do samba para aqueles que fazem da música a sua religião.