Com ironia, crítica social e muita poesia, Chico Buarque chega aos 80

As músicas do cantor registram os últimos 60 anos da história do país

Publicado em 19/06/2024 - 21:26 Por Joana Côrtes - repórter da Rádio Nacional - São Paulo

Dos mais velhos às crianças, não há quem não tenha uma canção do Chico para chamar de sua. Um dos nossos mais queridos compositores da música brasileira, Chico Buarque fez 80 anos, nesta quarta-feira (19).

Cantor, compositor, dramaturgo e escritor, o artista chega aos 80 com uma obra criativa, diversa e original. São mais de 30 álbuns lançados em 60 anos de carreira.

Carioca do Rio, Francisco Buarque de Holanda passou parte da infância em Roma, na Itália. No retorno, viveu toda a sua juventude na capital paulista, onde largou a Faculdade de Arquitetura da USP para se entregar de vez à música.

Na primeira década da carreira, já veio o sucesso: em 1966, venceu com a música A banda, ao lado de Nara Leão, o Festival de MPB organizado pela TV Record. Roda Viva, de sua autoria, virou marco na história do teatro brasileiro, montada em 1968 pelo grupo Teatro Oficina, dirigido por Zé Celso Martinez.

Foi com um Chico jovenzinho, iniciando na carreira, ali nos anos 60, que a cantora Claudette Soares, hoje com 87 anos, abria espaço para uma canja em seu show. Uma das vozes clássicas da bossa-nova, Claudette gravou um álbum icônico com músicas do Gil, de Chico e de Caetano, em 1968.

Amiga há mais de cinquenta anos de Chico, Claudette decidiu, neste ano, gravar e lançar um álbum exclusivamente com músicas do compositor.

Com ironia, crítica social, sensibilidade e muita poesia, Chico Buarque registrou em suas músicas os últimos 60 anos da história do nosso país.

Com doutorado em canção brasileira, André Simões acaba de lançar um livro em que analisa melodias e letras de 80 composições do artista. Fã e estudioso do músico, André explica porque as canções de Chico atravessam gerações e fazem parte da história afetiva do cotidiano brasileiro. Para ele, a obra ficará pela beleza, relevância social e maestria.

Com mais de 500 letras e mil gravações, Chico cantou o Brasil em ebulição social de Pedro Pedreiro, a censura em Cálice, a abertura política no fim da ditadura em Apesar de você. Também cantou o amor e as despedidas, às mulheres, o futebol, o samba. Não esqueceu das crianças, com os Saltimbancos.

Ganhou o Prêmio Camões, entregue em 2023, por sua produção literária. Aos 80 anos, Chico segue cantando o sonho, a esperança e a vida.

Edição: Roberta Lopes / Fran de Paula

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