Manto Tupinambá retorna da Dinamarca para Museu Nacional do Rio

Líderes do povo Tupinambá de Olivença, de Ilhéus, na Bahia, cobraram do governo federal agilidade nos processos de demarcação de terras indígenas no país e atenção e respeito aos direitos dessa população.

A cacique Jamopoty Tupinambá, que participou, nesta quinta-feira (12), no Rio de Janeiro, de celebração da recepção do manto tupinambá, depois de longa luta para repatriar a vestimenta que estava sob guarda de Museu na Dinamarca, pediu ao presidente Lula que “as portas fiquem abertas” aos povos originários no país.

Rio de Janeiro (RJ), 12/09/2024 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de celebração do retorno do Manto Tupinambá ao Brasil, no Museu Nacional. Foto: Ricardo Stuckert/PR - Ricardo Stuckert/PR

Outra líder do povo Tupinambá de Olivença, Iakui Tupinambá, lembrou que a portaria declaratória do território está pendente de assinatura desde 2009. Em manifesto lido durante a cerimônia, Iakui criticou as posturas do Congresso Nacional e do Poder Judiciário nos processos envolvendo os direitos indígenas e afirmou que o governo federal se encontra enfraquecido em função das alianças feitas para governar. 

Em seu discurso, o presidente Lula reforçou que é contra a tese do marco temporal e que o Congresso derrubou seu veto, com o assunto agora seguindo em discussão no Supremo Tribunal Federal. E lembrou que criou um Ministério dos Povos Indígenas e colocou na Funai uma representante indígena para cuidar dos direitos dessa população. 

O presidente prometeu que retornando à Brasília, vai conversar com o ministro da Justiça sobre a demarcação da terra Tupinambá na Bahia.

Lula também apoiou a demanda do povo Tupinambá para que o manto, que está sob a guarda do Museu Nacional, vá para a Bahia. Ele afirmou que o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, presente na cerimônia, tem o compromisso histórico de construir na Bahia um lugar que possa receber o manto e preservá-lo.