Há 88 anos, no dia 12 de setembro de 1936, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi ao ar pela primeira vez. A emissora, que comemora aniversário nesta quinta-feira (12), marcou a chamada Era de Ouro do Rádio no Brasil. E se fez presente em diversos momentos históricos do estado e de todo o país.
Grande difusora da cultura popular, a Rádio Nacional nem sempre foi um veículo público. Surgiu como parte da Companhia Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande e foi estatizada ainda no Estado Novo do ex-presidente Getúlio Vargas, no ano de 1940. Incorporada à União, a rádio se expandiu pelo país e fez parte da vida de cada vez mais brasileiros. Na época, inclusive, foi uma das cinco maiores do mundo!
Foi palco para a música brasileira e lançou ídolos nacionais. Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto e Marlene são alguns dos nomes que passaram pelo palco da Nacional do Rio de Janeiro. Com o interesse de Vargas de projetar uma identidade nacional, tanto para os brasileiros quanto para o exterior, a cultura popular sempre teve espaço nas ondas da Rádio Nacional.
Foi aqui, também, que estreou a primeira radionovela da história brasileira, em 1941. “Em Busca da Felicidade” foi um grande sucesso de audiência. A Rádio Nacional, sem dúvida, ditou muitas tendências, como o amor do brasileiro pela dramaturgia e pelos programas de auditório.
No jornalismo, quem nunca ouviu sobre o programa Repórter Esso? Com o slogan “O primeiro a dar as últimas”, atualizava a população sobre as informações mais quentes do Brasil e do mundo: da morte de Getúlio Vargas ao fim da Segunda Guerra Mundial.
Desde 2008, a rádio faz parte das emissoras da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação. Para o gerente-executivo das rádios da EBC, Thiago Regotto, é importante que a Nacional esteja sempre se atualizando.
E para criar recordações, é preciso enfrentar, também, dias difíceis. Durante a pandemia da covid-19, com o isolamento social, o mundo enfrentou a solidão. Naquele momento, a rádio fez companhia àqueles que estavam sozinhos, com saudade do mundo fora de casa. Esse é o caso de Maria Auxiliadora, uma de nossas ouvintes, que põe em palavras o que a rádio representou e ainda representa para ela.
No fim do dia, o que fica é esse carinho dos ouvintes que prestigiam a Rádio Nacional do Rio de Janeiro há 88 anos.
*Com supervisão de Tâmara Freire.