Dia Mundial da Água, confira os impactos da falta de saneamento básico
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU em 22 de março de 1992. A preocupação é com a disponibilidade de água potável: embora dois terços do planeta sejam cobertos por água, apenas 0,01% é adequada para consumo. Esse recurso também é essencial para o equilíbrio climático, como mostra o projeto Rios Voadores, que destaca a importância da Amazônia para o ciclo de chuvas no Brasil. A evaporação da floresta afeta as chuvas no Centro-Oeste, mas o desmatamento e as mudanças climáticas ameaçam esse ciclo, trazendo riscos de estiagem.
Paulo Costa, engenheiro ambiental, oferece dicas de economia de água, como fechar a torneira enquanto ensaboa os pratos e reduzir o tempo de banho. Ele lembra que uma torneira aberta por 15 minutos pode desperdiçar 117 litros de água. O uso racional da água é essencial, principalmente porque o saneamento básico ainda é um desafio no Brasil.
Raul Pinho, presidente do Instituto Trata Brasil, enfatiza a importância de capacitar gestores municipais para obter recursos e melhorar o saneamento. Atualmente, apenas metade da população brasileira tem acesso à rede de esgoto, e um terço dos dejetos coletados é tratado de forma adequada. A falta de saneamento básico impacta diretamente a saúde e a educação. Crianças em áreas sem saneamento têm uma redução de 18% no rendimento escolar e enfrentam riscos maiores de doenças como diarreia e parasitoses, que ainda causam a morte de sete crianças por dia no Brasil.
A pesquisa coordenada pela Fundação Getúlio Vargas mostra o impacto negativo do saneamento deficiente, não apenas na educação, mas também no trabalho, já que trabalhadores adoecem mais e faltam ao serviço. Os problemas sociais e ambientais decorrentes dessa situação exigem políticas públicas urgentes.