Ex-delegado diz à Comissão da Verdade que desconhecia Casa da Morte de Petrópolis
Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), na tarde de ontem (29), o ex-delegado Mauro Magalhães, que atuava em Petrópolis, em 1971 - época em que vários presos políticos foram mortos no imóvel que ficou conhecido como Casa da Morte, na cidade da região serrana do Rio de Janeiro - disse que não sabia da existência do centro de tortura clandestino.
Magalhães admitiu que o coronel Paulo Malhães, que confessou à CNV ter atuado na Casa da Morte, esteve “quatro ou cinco vezes” na sua delegacia, mas nega ter conhecimento sobre a atuação dele na cidade. Malhães foi morto em um assalto ao sítio dele, no dia 25 de abril, um mês após prestar o depoimento à CNV. De acordo com o membro da CNV José Carlos Dias, vários depoimentos e documentos apontam o delegado Magalhães como tendo relacionamento com os militares envolvidos com a Casa da Morte.