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Direitos Humanos

Presidente da Comissão Nacional defende revisão da Lei de Anistia

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Pollyane Marques
29/08/2014 - 08:49
Brasília

A Lei de Anistia precisa ser revisada, é o que afirma o presidente da Comissão Nacional da Anistia, Paulo Abrão. Na avaliação dele, deve ser modificado o texto que considera anistiados os perseguidos políticos e os exilados do regime militar e que também isenta de culpa os agentes do Estado que cometeram crimes de tortura e assassinato durante o período. O presidente da Comissão Nacional da Anistia acredita que só assim será possível julgar os agentes do estado, para que crimes semelhantes não aconteçam no futuro.

 

A mesma opinião é compartilhada por João Vicente Goulart, filho do ex-presidente João Goulart, que morreu exilado na Argentina em 1976. João Vicente afirma que a demora da criação da lei fez com que muitas pessoas, como o pai dele, não pudessem ser beneficiadas.

 

As declarações foram feitas durante o lançamento do documentário “500 – os bebês roubados pela ditadura Argentina”. A produção, exibida para marcar os 35 anos da Lei da Anistia no Brasil, mostra a luta das Avós da Praça de Maio para reencontrar seus netos nascidos em prisões clandestinas, quando as filhas foram presas ou sequestradas durante a ditadura militar daquele país. Para localizar os bebês, as avós criaram um banco de sangue que já permitiu a localização de 115 dessas 500 crianças. A última pessoa localizada foi encontrada nesta semana na Holanda. Os generais responsáveis pelo rapto dos bebês foram condenados na Argentina por crimes contra a humanidade.

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