Recursos judiciais e falta de auditores dificultam combate ao trabalho escravo

Especial

Publicado em 27/01/2017 - 07:43 Por Victor Ribeiro - Brasília

O trabalho forçado custa US$ 150 bilhões por ano, em todo o mundo. É dinheiro que deixa de circular na economia. Afinal, 21 milhões de pessoas estão nessa situação: 19 milhões servem a indivíduos ou empresas privadas e 2 milhões são exploradas por rebeldes e até mesmo por alguns governos.

 

Os números são da OIT, Organização Internacional do Trabalho. A instituição, vinculada à ONU, não utiliza o conceito de trabalho escravo, mas o de trabalho forçado. O oficial de Combate ao Trabalho Forçado da OIT no Brasil, Antonio Carlos de Mello, explica o que é esse tipo de trabalho.

 

A OIT é formada por 187 países-membros, que ainda não conseguiram entrar em consenso sobre o que é a escravidão moderna. No Brasil, a exploração do trabalho escravo é crime desde a instituição do Código Penal, em 1940.

 

O auditor-fiscal do Ministério do Trabalho, Lucas Reis da Silva, enumera os quatro fatores que caracterizam o trabalho escravo no país.

 

A Organização Internacional do Trabalho considera a legislação brasileira modelo para os demais países. O problema, segundo o juiz federal Carlos Haddad, é que o sistema judiciário brasileiro não consegue ser eficiente.

 

Carlos Haddad é reconhecido como o juiz que mais condenou exploradores de mão-de-obra escrava no Brasil. Para ele, a principal causa da lentidão nos processos judiciais é o excesso de recursos.

 

O Sinait, Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho, afirma que 2 mil e 500 servidores públicos federais atuam na fiscalização em todo o país, enquanto o ideal seria ter 8 mil auditores nessa função. O efetivo reduzido, a demora nos julgamentos e a possibilidade de o criminoso responder em liberdade amedronta a categoria, como conta o presidente do Sinait, Carlos Silva.

 

Nessa quarta-feira, os auditores-fiscais do Trabalho fizeram duas manifestações em Brasília. Uma no Tribunal Regional Federal e outra na sede do Ministério do Trabalho. Os atos lembram a chacina de três auditores e do motorista que os acompanhava durante uma fiscalização na zona rural de Unaí, em Minas Gerais.

 

Os auditores cobram a prisão dos mandantes do crime, que demoraram quase 12 anos para serem julgados. Eles foram condenados a penas próximas de 100 anos, mas recorrem da decisão em liberdade, porque são réus primários. O crime ocorreu no dia 28 de janeiro de 2004.

 

A data foi escolhida como Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo.

Últimas notícias
Economia

Juros do empréstimo consignado do INSS caem para 1,68% ao mês

No caso do cartão de crédito consignado e do cartão de benefício, os juros caem para 2,49%. 

Baixar arquivo
Geral

Polícia Federal retoma agendamento de passaporte pela internet

Na semana passada, uma tentativa de invasão hacker fez a PF suspender a marcação online.

Baixar arquivo
Geral

Google não vai permitir anúncios políticos nas eleições de outubro

A medida começa a valer em maio quando entra em vigor uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral .

Baixar arquivo
Geral

Não há provas de que Bolsonaro pediria asilo à Hungria, conclui Moraes

Na avaliação do ministro do STF, o ex-presidente não violou a medida cautelar que o proíbe de se ausentar do país. No entanto, foi mantida a apreensão do passaporte de Bolsonaro. 

Baixar arquivo
Economia

Local de prova do Concurso Nacional Unificado será divulgado hoje

A partir das 10 horas da manhã, desta quinta-feira (25), o cartão de confirmação do Enem dos Concursos estará disponível na Área do Candidato, na mesma página da Internet em que foi feita a inscrição.

Baixar arquivo
Educação

Número de professores concursados cai ao menor patamar, revela estudo

Em 2023, o número de docentes chegou a 321 mil nas redes estaduais. O recuo na comparação com 2013 foi de 36%. Enquanto isso, o número de profissionais temporários registrou uma alta de 55%, ultrapassando os 355 mil. 

Baixar arquivo