Pastoral da Terra afirma que chacina matou 10 no Pará; polícia diz que foi troca de tiros
A Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat; o presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Darci Frigo, e o procurador-geral de Justiça do Estado do Pará, Gilberto Martins, se reuniram com representantes do Ministério Público Federal (MPF) no Pará, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e com familiares das vítimas.
Segundo informações da Comissão Pastoral da Terra, dez posseiros, nove homens e uma mulher, foram assassinados durante uma ação conjunta das polícias Militar e Civil, para reintegração de posse em um acampamento na Fazenda Santa Lúcia, no município de Pau d’Arco, no Pará.
Em nota, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará afirmou que a operação cumpriu 16 mandados judiciais e que “os policiais foram recebidos a tiros por um grupo fortemente armado e que já vinha sendo investigado por diversas ocorrências”.
Ainda segundo a secretaria, houve confronto e as dez pessoas acabaram mortas. Não há informações de policiais feridos.
Esta já é considerada uma das maiores chacinas de trabalhadores rurais no país. Segundo dados da Comissão Pastoral da Terra, 2016 foi o ano com maior número de ocorrências de conflitos por terras registrados nos últimos 32 anos.
Foram contabilizados 1.079 conflitos, uma média de 2,9 registros ao dia. Os assassinatos tiveram um aumento de 22% em comparação com o ano de 2015 e é o maior número de casos desde 2003.