Índios Munduruku deixaram o canteiro de obras da Usina São Manoel, nessa quinta-feira (20). O empreendimento é uma das duas hidrelétricas que estão sendo construídas no Rio Teles Pires, na Bacia do Tapajós.
De Jacareacanga, no Pará, cerca de 200 indígenas que estavam na ocupação desde domingo (16), seguiram para o município de Alta Floresta, em Mato Grosso. É lá que estão 12 urnas com corpos de ancestrais do povo Munduruku.
Eles denunciam que um local sagrado da etnia, chamado de Cachoeira de Sete Quedas foi violado durante as obras da Hidrelétrica Teles Pires. As urnas foram levadas para o Museu Histórico de Alta Floresta.
A questão era a principal reivindicação dos indígenas.
Pajés, caciques, lideranças e crianças indígenas fizeram rituais para os acentrais. Os restos mortais serão devolvidos aos Munduruku, que vão definir o local onde ficarão as urnas.
A desocupação da área ocorreu após reunião entre Fundação Nacional do Índio (Funai), indígenas, Ministério Público Federal (MPF) e diretores da São Manoel Energia, na quarta-feira (19).
De acordo com a Funai, as reivindicações dos indígenas foram recebidas e serão encaminhadas para as devidas providências. Entre os pontos, está a demarcação de terras indígenas.
Kabaiwun Munduruku afirmou que caso os compromissos assumidos pelo presidente da Funai, Franklimberg de Freitas, não sejam cumpridos, os indígenas voltam a fazer ocupações.
Mais de 130 aldeias indígenas estão na região da Bacia do Rio Tapajós.