Crianças venezuelanas vivem em situação precária em abrigos de Roraima, relata Conanda

Direitos Humanos

Publicado em 20/12/2017 - 18:56 Por Juliana Cézar Nunes - Brasília

Uma visita de representantes de órgãos ligados ao Ministério do Direitos Humanos constatou esta semana que crianças e adolescentes venezuelanos vivem em situação precária e sem acesso a direitos básicos nos abrigos de Boa Vista e Pacaraima, em Roraima.

 

Apenas em Boa Vista, quase 300 crianças foram encontradas em condições de extrema vulnerabilidade: abrigos sem infraestrutura básica, acesso à educação ou serviços de saúde.

 

A advogada Glícia Thais Miranda, do Conanda, Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, pede mais ações das prefeituras.

 

Segundo ela, entidades da sociedade civil já se mobilizam para garantir documentos, vacinação e a alimentação das crianças e dos adolescentes venezuelanos, indígenas e não-indígenas, refugiados ou migrantes.

 

SONORA: “Mas ainda existe uma situação de vulnerabilidade muito grande. Inclusive, o que nós identificamos não só lá, mas aqui em Pacaraima, é a situação de exploração sexual dessas meninas.”

 

Um relatório sobre a situação das crianças e adolescentes venezuelanos em Roraima será apresentado na reunião do Conanda, em fevereiro.

 

A prefeita de Boa Vista, Teresa Surita, diz que tem se empenhado para oferecer serviços de educação, saúde, segurança alimentar e moradia digna.

 

No entanto, ela reconhece que o município não tem recursos suficientes para garantir o bem-estar de todos.

 

SONORA: “Enquanto não tiver um planejamento de fato, enquanto o governo federal não se envolver nesse processo da forma como deve, a gente vai viver esse caos e é uma pena porque Boa Vista é uma cidade com muita qualidade de vida e hoje você não tem como dar qualidade de vida para essas pessoas que chegam.”

 

Segundo o UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, em 2017, mais de 21 mil venezuelanos solicitaram refúgio ao governo brasileiro, sendo 16 mil só no estado de Roraima.

 

Marcela Ulhoa, consultora do fundo, ressalta, que o problema é complexo e demanda envolvimento de todas as instâncias do Poder Público e da sociedade.

 

SONORA: “Roraima é o estado com a maior número de feminicídio do Brasil. Com essa população migrante que chega, muitas mulheres jovens, elas se somaram a essa realidade e estão sendo elas vítimas também de violência. São jovens, bem formadas, que não estão conseguindo se inserir no mercado de trabalho, e ficam muito mais vulneráveis.”

 

Uma campanha das Nações Unidas lançada esta semana em Boa Vista busca incentivar a solidariedade e união entre brasileiros e venezuelanos.

 

Intervenções artísticas e cartazes foram espalhados pela cidade.

 

A reportagem procurou a Casa Civil e o Ministério da Relações Exteriores para saber sobre as possíveis novas ações na região, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

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