Serviços públicos de Pacaraima estão superlotados com imigração de venezuelanos
Pacaraima, em Roraima, na fronteira com a Venezuela, tem 12 mil habitantes, mas os serviços públicos da cidade atendem cinco vezes mais pessoas do que a população do município.
A estimativa é do prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato, que pede mais apoio do governo federal para lidar com a imigração de venezuelanos.
De acordo com ele, há dois meses a prefeitura instalou um abrigo para 150 indígenas venezuelanos do povo Warao. O abrigo já está com 330 indígenas, o dobro da capacidade.
“Toda nossa rede está sufocada, nós não temos condições e, infelizmente, praticamente há um ano e meio, com questão a migratória da Venezuela, nós não temos nenhum apoio financeiro e de logística do governo federal”, afirma o prefeito da cidade.
A Casa Civil da Presidência da República, por sua vez, afirma que o governo federal tem promovido apoio técnico e financeiro ao estado para assegurar a regularização e a proteção social dos imigrantes venezuelanos que se encontram em situação de vulnerabilidade.
De acordo com o órgão, foram destinados R$ 793 mil para a organização de abrigos e US$ 300 mil para o fomento aos produtores locais e aquisição de alimentos para os imigrantes abrigados em Pacaraima.
Além disso, o governo federal afirma que o Ministério da Saúde repassou R$ 31 milhões para Roraima ampliar a capacidade de atendimento em saúde.
Esta semana, uma equipe de representantes do Ministério dos Direitos Humanos, incluindo o Conselho Nacional dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, esteve em Boa Vista e Pacaraima e constatou diversas situações de violações de direitos, inclusive exploração sexual de meninas.
Um relatório sobre as violações será apresentado na reunião do conselho, em fevereiro do ano que vem. A situação também está sendo acompanhada pelas agências da ONU, a Organização das Nações Unidas.