Acolhimento de venezuelanos: novo contingente de 600 militares parte para Roraima no dia 20
A partir do dia 20 de novembro, 600 militares do Exército partem do Rio de Janeiro para a região Norte do país, onde irão reforçar a operação humanitária de acolhimento a refugiados da Venezuela. O efetivo, que integra o Comando Militar do Leste, deve permanecer na fronteira por cerca de 4 meses.
Durante as últimas semanas, os militares se prepararam para embarcar em direção a Roraima e Manaus, onde também foi montado um ponto de apoio para imigrantes que chegam ao Brasil, vindos do país vizinho, que vive uma crise humanitária.
Antes de seguirem rumo à região, o efetivo participou de uma solenidade de despedida e apronto operacional, na Vila Militar, zona oeste do Rio. Na ocasião, o chefe do estado maior desta fase da operação, coronel Carlos Cinelli, explicou que a missão inclui não só o ordenamento da fronteira e o abrigamento e interiorização, mas diversas outras funções, como emissão de documentos e ajuda em relação às oportunidades de emprego para os venezuelanos.
“O objetivo da missão é atenuar o sofrimento dessas pessoas e, na medida do possível, inseri-las no ordenamento jurídico e laboral brasileiros. Então nós temos uma preocupação, desde o início da missão, de não só abrigá-las, mas a partir daí expandir esse esforço e interiorizá-los para outros estados do país que estão colaborando com esse processo”.
Cinelli conta, ainda, o tipo de treinamento recebido pelo grupo que vai participar do trabalho na fronteira.
“Nó procuramos simular, basicamente, os desafios que vão ser encontrados lá. Então além de adequar o perfil do militar, também é importante que ele tenha uma vivência o mais realista possível – e é o que estamos fazendo hoje, numa simulação das instalações onde eles irão trabalhar”.
A assistente de Proteção da Agência da ONU para Refugiados, Sílvia Sander, afirma que a estimativa é que nos últimos anos, mais de 400 mil venezuelanos entraram no Brasil. Ela destaca, ainda, que o apoio do Exército tem sido fundamental para o trabalho, que vem sendo exportado como um caso de sucesso.
“Em Roraima, hoje, a gente tem um número flutuante de pessoas abrigadas. Neste exato momento a gente fala de 6,7 mil pessoas abrigadas em Pacaraima e Boa Vista. E mais outro número de cerca de 3 mil pessoas vivendo em alojamentos precários e situação de rua em Boa Vista, na capital de Roraima. Nesse contexto, o apoio do Exército, sobretudo em questões logísticas e de cooperação em todas as etapas da Operação Acolhida, é fundamental para que ela aconteça”.
Lançada pelo governo federal no início de março de 2018, no esforço de combater a crise humanitária venezuelana, a Operação Acolhida é coordenada pela Força-Tarefa Logística Humanitária, uma iniciativa que reúne vários ministérios e órgãos federais, estadual e municipais. A previsão de término é março de 2020.