Dia da Visibilidade Trans é celebrado no Rio e chama atenção para a falta de oportunidades
O Rio de Janeiro celebrou, nesta quarta-feira, o Dia Nacional da Visibilidade Trans com um ato na Praia de Copacabana. A manifestação contou com a participação de dezenas de transexuais e travestis que integram os movimentos sociais TransRevolução, CasaNem, Fórum Estadual de Travestis e Transexuais do Rio. A data tem o objetivo de chamar a atenção para transfobia, a falta de oportunidades no mercado de trabalho e a marginalização desse grupo na sociedade.
Para o coordenador especial da Diversidade Sexual do município do Rio, Nélio Georgini, a parcela trans da comunidade LGBT é a mais marginalizada e enfrenta inúmeras dificuldades de inserção, seja no mercado de trabalho ou em espaços sociais de convivência. Apesar de comemorar avanços conseguidos nos últimos anos, ele admite que ainda há muito o que lutar para a garantia de direitos, como moradia digna, educação e saúde.
“A gente está entrando no nosso quarto ano de gestão. Conseguimos alguns avanços, que precisam de tempo para se estabelecerem, como o protocolo digital no Rio Saúde, o protocolo de atendimento na Assistência Social e mais que tudo, o projeto de empregabilidade”.
A inserção no mercado de trabalho é o maior desafio do movimento. Para o assessor especial da Coordenadoria de Diversidade Sexual da Prefeitura, Erick Witzel, o filho trans do governador Wilson Witzel, a questão está vinculada à dignidade das pessoas que buscam alternativas de trabalho.
“A gente vê como é difícil para a pessoa trans se inserir no mercado de trabalho, pelo preconceito, pela escolaridade e outras barreiras que a pessoa vai enfrentando até chegar ao mercado de trabalho. Esse é o ponto mais importante hoje. A gente espera que as empresas tenham uma cabeça aberta e possam contratar, e que possam dar dignidade a essas pessoas, para que além de sobreviver, possam viver também”.
Para uma das líderes do movimento, a travesti Indianara Siqueira, o Dia Nacional da Visibilidade Trans é um pedido de direito à vida.
“As situações de vida dessas pessoas ainda são muito precárias. Temos que fazer uma mudança nesse país na sociedade, através da educação, principalmente das escolas públicas, para que possamos inserir a população LGBTI nessa sociedade para que ela se torne inclusiva realmente”.
A escolha do dia 29 de janeiro para celebrar o dia da visibilidade trans celebra a data em que, no ano de 2004, mulheres transexuais, homens trans e travestis foram a Brasília lançar a campanha “Travesti e Respeito” para mostrar a relevância das ações no Congresso Nacional. Esse foi o primeiro ato nacional organizado pelas próprias trans no país.