A Polícia Federal investiga uma quadrilha de tráfico de pessoas e que também mantém trabalhadores em condições semelhantes à escravidão. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão na cidade de Igarapava, no interior de São Paulo, e em Sacramento, Minas Gerais.
Os computadores, documentos e mídias apreendidos nessa operação vão dar continuidade a uma investigação que começou em março deste ano, quando 24 pessoas, todas vindas do Maranhão, foram libertadas de condições análogas a de escravo, na cidade mineira de Delta, divisa com São Paulo.
As vítimas foram enganadas pelos chamados gatos, aliciadores que prometeram trabalho, moradia e salário para os trabalhadores deixarem suas casas no Maranhão para tentar a vida a quase 2,5 mil quilômetros de distância.
Outras pessoas ainda não identificadas no esquema de aliciamento também estão sendo investigadas.
Além das condições degradantes do alojamento onde os trabalhadores dormiam, as jornadas eram exaustivas, no local de trabalho não havia banheiro, a água era racionada, alguns faziam apenas uma refeição por dia por falta de dinheiro e havia restrição de locomoção em razão de dívidas contraídas com os suspeitos.
Se os crimes forem comprovados, os envolvidos poderão responder por tráfico de pessoas e redução a condição análoga a de escravo. As penas podem chegar a 16 anos de reclusão.