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Direitos Humanos

RJ: Evento celebra ancestralidade no Dia da Consciência Negra

Um dos destaques foi o tradicional ato em frente à estátua de Zumbi
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Carolina Pessoa, repórter da Rádio Nacional
20/11/2022 - 14:15
Rio de Janeiro
Celebração do Dia da Consciência Negra no monumento a Zumbi dos Palmares.
© Fernando Frazão/Agência Brasil

O Dia da Consciência Negra, em homenagem ao líder Zumbi dos Palmares, símbolo da luta contra a escravidão no Brasil Colonial, foi celebrado neste domingo com uma série de eventos, no Rio de Janeiro.

Um dos destaques da programação foi o tradicional ato em frente à estátua de Zumbi, na Avenida Presidente Vargas, no Centro da cidade, comandado por lideranças do movimento negro e de religiões de matriz africana.  Na programação, exposição afro, rodas de capoeira e de samba.//

O presidente do Conselho Estadual de Direitos do Negro , Luiz Eduardo de Oliveira, conhecido como Negrogun, acredita que ainda existe muito racismo no país e o ato ressalta a importância da cultura ancestral negra:

“Nós estamos celebrando a força ancestral nossa. Se nós estamos aqui hoje, se nós estamos ainda combatendo o racismo, combatendo a violência religiosa, toda a forma de discriminação, é por causa das nossas raízes profundas que nos sustentam, e nos alimentam e nos inspiram”.

Para o babalaô Ivanir dos Santos, professor de história comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do integrante do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas, o movimento negro já teve importantes conquistas, mas ainda falta reconhecimento de direitos:

“A luta hoje tem tido uma clareza maior na sociedade, até o mercado está discutindo, que não tem negros no espaço de trabalho, mas ainda falta muito para a sociedade reconhecer esse direito. Não é favor, não é favor, você tem uma população de maioria negra, em uma país que viveu mais de 350 anos de escravidão, obviamente, e você tem em qualquer lugar onde tem grandes oportunidades não é pra essa população”.

Outra homenageada no Dia da Consciência Negra no Rio foi Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, uma das mais influentes personalidades do surgimento do samba carioca. O tradicional Cortejo da Tia Ciata voltou a ser realizado neste domingo,  depois de dois anos paralisado, devido à pandemia de Covid. Foi a oitava edição do evento, que contou com apresentação de diferentes grupos, como Tambores de Olokum e Filhos e Filhas de Gandhi.

Para Sandro Lucena, um dos organizadores do cortejo, resgatar a memória de Tia Ciata é de grande importância:

“Tia Cita é uma matriarca, a gente que está aqui na Praça XI, centro de artes que é aqui na Praça XI, descobre a Tia Ciata pesquisando a Praça XI, porque até, o Cortejo já tem 7 anos, então há sete anos atrás a figura da Tia Ciata era muito nebulosa, a gente dizia que ela era a grande desconhecida do samba da cultura brasileira, e ela emerge aqui na praça XI de uma maneira violenta, maravilhosa. Então cultuar Tia Ciata aqui para a gente é uma celebração, uma coisa fantástica."

O Dia da Consciência negra tem como objetivo provocar reflexões sobre a importância do negro na sociedade, da luta contra o racismo e a intolerância religiosa, que constantemente produz cenas de violência contra os terreiros e o povo de AXÉ.

 

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