Integrantes da Human Rights Watch cobraram, nesta quinta-feira, punição exemplar aos participantes dos atos golpistas no último domingo, como forma de desencorajar atos semelhantes pelas Américas e pelo mundo. A declaração foi feita pela diretora global da entidade, Tyrana Hassan, em coletiva na manhã desta quinta.
A diretora no escritório do Brasil, Maria Laura Canineu, responsabilizou também as plataformas sociais por não terem efetuado o controle na disseminação de informações falsas antes, durante e após as eleições - o que, segundo ela, insuflou os criminosos. Canineu também responsabilizou o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos atos do último domingo.
O pesquisador sênior da Human Rights Watch, Cesar Munhoz, por sua vez destacou dois grandes desafios do Brasil na área de direitos humanos nos próximos anos. Na questão da preservação ambiental, listou algumas ações que o atual governo deve tomar para defender a floresta amazônica.
Munhoz destacou, ainda, que há um enorme problema de confiança em relação às forças de segurança do país. Esse problema, segundo o pesquisador, deve ser enfrentado através da diminuição da letalidade policial e do maior controle do Ministério Público sobre as polícias, além da revisão da Lei da Anistia para punir agentes militares que cometeram crimes graves no período da ditadura militar.
Além do Brasil, o relatório da Human Rights Watch monitorou a situação de mais de 100 países em 2022 e que resultou num relatório de mais de 700 páginas, e ele pode ser acessado no hrw.org.