Denúncias apontam 30 casos de jovens yanomami grávidas de garimpeiros
Denúncias mostram que pelo menos 30 adolescentes yanomami estariam grávidas, vítimas de violência sexual cometida por garimpeiros em Roraima. A informação é do secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro, em entrevista à Agência Brasil. Ele esteve essa semana em uma comitiva do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania para acompanhar a crise sanitária e violações contra os povos indígenas que vivem no estado.
Castro disse que os relatos foram apresentados pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) em reunião com comitiva do governo federal, na última segunda-feira (30), na sede do Distrito Especial Yanomami de Roraima, que fica na capital, Boa Vista. Representantes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Coordenação de Operações Emergenciais do Ministério da Saúde também participaram do encontro e estão acompanhando os casos.
Os relatos incluem ainda seis casos suspeitos de adoção irregular de crianças yanomami, sendo que dois desses processos estariam em andamento por famílias não yanomami.
As denúncias das entidades apontam que os governos federal, estadual e municipal negligenciaram a proteção e a prestação de atendimento aos povos indígenas da região nos últimos anos, inclusive a vacinação de crianças e distribuição de alimentos.
Nesta sexta (3), conselheiros tutelares que vêm documentando há meses os casos de violência sexual contra adolescentes e mulheres yanomami concederão uma entrevista coletiva.
Na manhã desta sexta (3), a Força Aérea Brasileira atualizou os trabalhos de assistência no Hospital de Campanha montado na Casa de Saúde Indígena (Casai), de Boa Vista. Em sete dias, foram realizados mais de 600 atendimentos na unidade, sendo a maioria de pediatria, ginecologia e clínica médica. Também foram realizados atendimentos de ortopedia e odontologia, assim como exames laboratoriais e de ultrassonografia, entre outros.