Como forma de monitorar, combater e investigar os casos de violência contra profissionais da imprensa, o Ministério da Justiça criou, nesta sexta-feira (17), o Observatório da Violência contra Jornalistas e Comunicadores Sociais. A criação desse grupo já havia sido anunciada pelo Ministro da Justiça, Flávio Dino, depois dos ataques à categoria no 8 de janeiro.
Levantamento feito pela FENAJ – a Federação Nacional dos Jornalistas - mostra que o domingo dos atos golpistas em janeiro foi o ápice de uma situação que já perdurava nos últimos quatro anos.
Para se ter uma ideia, no ano passado, o Brasil registrou pelo menos um caso por dia de agressão à jornalistas: 376 ao todo. É o que explicou a presidenta da FENAJ, Samira Castro.
O grupo será permanente e formado por representantes da Federação Nacional dos Jornalistas, da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, da Associação Brasileira de Imprensa, do Instituto Vladimir Herzog, do Intervozes, Repórteres Sem Fronteiras entre outros.
Segundo Samira Castro, além de fazer monitoramento dos casos, a ideia é também criar um banco de dados com indicadores sobre atos de violência e sugerir a adoção de políticas públicas.
Samira lembra que defender os profissionais de imprensa é defender o direito à informação.
O grupo vai se reunir a cada dois meses. A próxima reunião será em abril, mas o Observatório já recebeu uma primeira denúncia: de um jornalista na região centro-oeste que está sendo perseguido simplesmente por fazer o seu trabalho.