Seis em cada 10 moradores de favela, que não querem ser estigmatizados pela pobreza e violência, já mentiram sobre o endereço de seu domicílio em entrevistas de emprego. Se por um lado há o estigma criado pelas pessoas que não moram nas favelas, elas próprias se associam a palavras como superação, família e alegria.
Atualmente, as favelas somam quase 18 milhões de moradores em cerca de 5 milhões e 800 mil domicílios em todo o país. Se elas formassem um estado, seria o terceiro maior do país em população.
Estes os dados da pesquisa da Data Favela 2023, apresentado nesta sexta-feira (17), sobre sonhos e hábitos de consumo dos moradores das comunidades.
O levantamento também revelou que a principal demanda desse público é por mais segurança pública, 27% reivindicam isso. Mas, o principal sonho mesmo é ter a casa própria: ao todo 34%. E esse percentual é puxado pelas mulheres, que são as principais protagonistas na favela, conforme explicou Renato Meireles, fundador do Data Favela.
Ter um negócio também é o desejo e a ação que move os moradores de comunidades. Estima-se que há mais de 5 milhões e 200 mil empreendedores nas favelas. E sete em cada 10 pessoas pretendem empreender dentro da comunidade. E de acordo com Renato Meireles, o desejo desses moradores é ter ascensão social, mas sem esquecer das raízes.
A pesquisa Data Favela 2023 foi realizada de 6 a 13 de março deste ano com mais de 2.400 moradores de favela distribuídos em todo o país.