O Dossiê Mulher 2022, divulgado nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, pelo Instituto de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro (ISP) mostra que em 2021, 85 mulheres foram vítimas de feminicídio no estado e que em 80% dos casos, os crimes foram praticados por companheiros ou ex-companheiros. Para agravar ainda mais a situação, muitos filhos presenciaram as mortes de suas mães.
O estudo mostra que o interior do estado foi a região com o maior percentual de vítimas: 47,1%, seguido da capital, com 29,4%.
Mas os dados que surpreenderam os analistas do ISP foram os da violência psicológica contra as mulheres. Em todo o estado, em 2021, as autoridades policiais registraram 36.800 casos. O número representa um aumento de 18,15% em relação a 2020, quando foram registrados 31 mil e 100 casos.
Segundo a presidente do instituto, Marcela Ortiz, desde 2014, esta é a primeira vez que este grupo de crimes supera as violências físicas.
Ela explicou que os crimes de violência psicológica incluem, por exemplo, ameaças, constrangimentos ilegais e registros não autorizados da intimidade sexual. O Dossiê Mulher também começou a investigar o crime de perseguição, conhecido ainda como stalking, que em 2021 afetou 604 mulheres. Esse tipo de crime consiste em perseguir alguém de forma incessante. De acordo com o dossiê, 87,1% dos perseguidores eram companheiros ou ex-companheiros e cerca de 59% dos casos ocorreram na residência das vítimas.
A 17ª edição do dossiê, que traz dados sobre as principais formas de violência sofridas pelas mulheres no estado do Rio, identificou que em 2021, 109.200 mulheres foram vítimas de violência. Um aumento de 10,6% em relação ao ano anterior, o que, segundo o ISP, significa que a cada cinco minutos uma mulher sofreu algum tipo de violência no estado.
O estupro fez 4.429 vítimas e destas, 43,3% tinham até 11 anos de idade; e 28% entre 12 e 17 anos.
