Quinze famílias que estavam morando em um viaduto no Tatuapé, na zona leste da cidade de São Paulo, estão em uma moradia definitiva há mais de um mês, graças aos esforços da paróquia do padre Júlio Lancellotti e do projeto Morar Primeiro.
Este projeto segue experiências internacionais bem-sucedidas, o Housing First, que oferece moradia para pessoas em situação de rua e que elas possam ganhar autonomia e sair dessa condição.
E os resultados, aos poucos, vão aparecendo: de acordo com levantamento do próprio projeto, um mês após a mudança, dos 60 adultos alocados nos apartamentos, 12 produziram currículos para entrevistas de emprego e sete conseguiram trabalho.
Dentre as pessoas que estão procurando um emprego tem a diarista Silvia Andressa Guedes. Ela morava na rua há mais de dez anos com a família de cinco pessoas e agora, com endereço fixo, falou que tem mais tranquilidade para encontrar emprego.
"Antes, quando a gente ia procurar serviço, dava endereço e o povo localizava pelo GPS onde ficava, já não chamava. Agora, é totalmente diferente. A importância é que agora eu posso ter mais sossego, estabilidade, para ficar em paz".
Uma diferença grande do projeto Morar Primeiro ao programa da prefeitura, o Vila Reencontro, é que neste não tem prazo para sair. Já, na iniciativa da prefeitura, a família alocada só pode ficar até 24 meses.
O projeto Morar Primeiro é um dos projetos organizados pelo Fundo Imobiliário para Aluguel Comunitário (FICA). Seu objetivo é viabilizar aluguel a custo social para famílias de baixa renda, no centro de São Paulo. Uma das diretoras, a arquiteta e urbanista Simone Gatti, falou da importância de ter mais instituições, sem fins lucrativos, à frente desse processo.
"Importante dizer também o papel da instituição sem fins lucrativos nesse processo. Quando a gente mistura, talvez, empresas, organizações com fins lucrativos, você não consegue atender da mesma forma porque o lucro passa a ser uma pauta, uma contrapartida. Quando você tem o lucro como contrapartida, é a tal da conta não fecha".
Importante ressaltar que o FICA busca parcerias em todo o país. Para outras informações, acesse o site fundofica.org
