O aumento das denúncias e a redução de políticas de prevenção e enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes podem explicar o crescimento do número dessas violações, do ano passado para cá. Essas são as possíveis explicações, na visão do ministro de Direitos Humanos, Sílvio Almeida.
A declaração foi dada nesta quinta-feira (18), depois que o ministro participou da cerimônia pelo Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Entre janeiro e abril deste ano, o Disque 100 de Direitos Humanos registrou mais de 17 mil violações sexuais contra crianças e adolescentes em todo o país: um aumento superior a 60% em relação ao mesmo período do ano passado.
O jovem Raul Zainedin, de 15 anos, do Comitê de Participação de Adolescentes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, destacou que a proteção das crianças é papel de toda a sociedade, que precisa denunciar os abusos.
A secretária-executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, Karina Figueiredo, conta que os abusos sofridos deixam marcas por toda a vida.
Entre as ações executadas, o presidente em exercício, Geraldo Alckmin, assinou um decreto que empossa os membros da Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
O governo anunciou a assinatura de um protocolo para estimular empresas privadas brasileiras a adotarem medidas que realmente funcionem na promoção dos direitos de crianças e adolescentes, em todas as suas atividades.
Também foi anunciado o Programa Mapear, para identificar os pontos onde mais ocorre exploração sexual de crianças e adolescentes, às margens das rodovias federais, entre outras ações.