Mais de 1.200 trabalhadores foram resgatados do trabalho semelhante à escravidão no país este ano até o dia 1º de maio. Desde janeiro, foram realizadas 97 ações de combate ao trabalho escravo, contra 61 no mesmo período do ano passado. Ao todo, foram pagos em 2023 mais de 4 milhões de reais em verbas salariais rescisórias aos trabalhadores resgatados. 
Das 97 ações realizadas este ano, o estado de Goiás teve o maior número de resgates, com quase 380 pessoas encontradas em condições de trabalho considerado escravo. Em seguida vieram Rio Grande do Sul, com 296 resgates e Minas Gerais e São Paulo, com 156 pessoas resgatadas. O cultivo de cana-de-açúcar foi onde ocorreu o maior resgate de trabalhadores, seguido das atividades de apoio à pecuária e o cultivo de uva.
Daniele Gueiros, conselheira da Ordem dos Advogados do Rio de Janeiro e membro da Comissão de Direitos Humanos da OAB explica que o trabalho semelhante à escravidão é aquele em que há submissão a trabalhos forçados ou jornadas exaustivas, em que o trabalhador seja exposto a condições degradantes e a restrição à locomoção. Ela reforça que uma das piores situações é quando as pessoas são encontradas em reincidência destas condições.
A conselheira também explica que, além da responsabilização penal, os autores do trabalho semelhante à escravidão respondem em outras esferas da justiça. Os resgates são resultado da atuação do Ministério do Trabalho com outras parcerias, como a Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal, além de outras instituições, dependendo do trabalho realizado.
