O primeiro julgamento da Chacina do Curió terminou na madrugada deste domingo com a condenação de todos os réus por 11 homicídios, três homicídios qualificados na forma tentada, três crimes de tortura física e um de tortura mental.
As penas dos réus Antônio José de Abreu Vidal Filho, Marcus Vinícius Sousa da Costa, Wellington Veras Chagas e Ideraldo Amâncio somam 1.103 anos e 8 meses de reclusão, inicialmente, em regime fechado. Os condenados tiveram prisão provisória determinada e perda do cargo público de policial militar.
A Chacina do Curió ocorreu na noite e madrugada dos dias 11 e 12 de novembro de 2015, em nove locais da Grande Messejana, em Fortaleza, Ceará. Foram 11 vítimas fatais, todos do sexo masculino, e a maioria com menos de 18 anos.
De acordo com as investigações do Ministério Público, os homicídios foram cometidos por policiais militares, após a morte de um colega de corporação no dia 11 de novembro daquele ano: o soldado PM Valtermberg Chaves Serpa, assassinado após reagir a um roubo contra a esposa dele.
O latrocínio repercutiu rapidamente nas redes sociais de policiais militares e dezenas deles prometeram vingança. Muitos estavam de folga no dia da chacina.
Segundo o MP, eles planejaram um ato impactante, procuraram como alvos pessoas envolvidas em práticas delituosas ou desafetos de policiais. A preocupação maior era uma retaliação, o que levou os executores a escolherem vítimas de forma aleatória. Isso, segundo o MP, resultou na morte de pessoas inocentes, sem envolvimento na morte do policial Serpa.
Esse primeiro julgamento durou cinco dias. Estão marcadas para agosto e setembro deste ano as próximas sessões que vão julgar os outros 16 policiais militares réus do processo.





