Uma semana após mais um conflito em terra indígena Yanomami, garimpeiros ilegais permanecem na região e devem ser expulsos até o fim do ano. Essa é a expectativa da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, que atribui a morte de uma menina de sete anos, há uma semana, aos garimpeiros que ainda estão na região.
Segundo a ministra, mais de 80% deles foram retirados do território Yanomami, desde o início das operações do atual governo. Mas o desafio, segundo ela, é expulsar os que resistem de forma mais violenta, o que ela espera que seja feito até o fim deste ano.
O assessor político da APIB, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Marcos Sabarú, explica que o problema não é exclusivo dos Yanomami, e que esses não são fatos isolados. Tudo faz parte de um problema histórico de séculos, e de toda a humanidade.
O corpo da criança de sete anos foi encontrado pelos bombeiros de Roraima, na última sexta-feira (7), após três dias de busca na região do rio Parima. De acordo com a corporação, o corpo foi entregue para a família realizar os rituais indígenas de despedida.
Na última segunda-feira (3), cinco pessoas indígenas ficaram feridas e a criança foi assassinada, após conflitos com armas de fogo, dentro da terra Yanomami. A APIB denuncia a ocupação por garimpeiros ilegais na terra indígena e pede que o governo federal adote medidas mais efetivas na região.
Um dia após os ataques que levaram à morte da menina o governo federal informou, em nota conjunta, que vem prestando atendimento aos feridos no local e que trabalha de maneira articulada para executar as operações de “expulsão de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami”.
* Com produção de Daniel Lima.