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Direitos Humanos

Estudo mapeia realidade de mulheres lésbicas em favelas do RJ

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Carolina Pessoa - Repórter da Rádio Nacional
26/08/2023 - 11:25
Rio de Janeiro

Um projeto desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense, a UFF, busca mapear a realidade de mulheres lésbicas e bissexuais que vivem em favelas do estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de levantar informações, promover intervenções e políticas públicas.  

Com o nome Mapeamento Social, Cultural e de Emprego e Renda das Mulheres Lésbicas e Bissexuais de Favelas de Niterói e São Gonçalo, a iniciativa foi desenvolvida em duas etapas, a primeira no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, e a segunda em Niterói e São Gonçalo, na região metropolitana.  

A metodologia do estudo é pesquisa-intervenção, ou seja, ao mesmo tempo em que a pesquisa é feita, também é realizada uma intervenção prática nos locais estudados.  

Beatriz Adura Martins, coordenadora do estudo e professora do Instituto de Psicologia da UFF, explica que a ideia do mapeamento surgiu a partir da percepção de uma defasagem de pesquisas e políticas públicas para esses grupos. Ela destaca que um dos principais resultados alcançados é a construção de uma casa de acolhimento na Maré.  

“A gente criou a Casa Resistências da Maré, que hoje é uma casa de acolhimento para mulheres lésbicas e bissexuais expulsas de casa, faveladas, onde a gente tem todo um processo de acolhimento, e ao mesmo tempo onde as pessoas inclusive podem morar por um certo tempo”.  

Ela também critica a falta de dados públicos sobre as favelas.  

“Se eu quero fazer uma pesquisa de favelas, por exemplo, eu vou no site da prefeitura da cidade e não tem nem as favelas mapeadas, então você imagina que política pública está sendo ofertada a este território”.  

A professora também comemora a contribuição do estudo para a formulação de políticas.  

“Hoje, por exemplo, está tramitando na Alerj, na Assembleia do Rio de Janeiro, um projeto de lei para que esse mapeamento possa ser estadual e ele possa ser permanente, ligado às secretarias de assistência”.  

Em agosto, é celebrado o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, um marco importante para o reconhecimento e a valorização da diversidade e da luta desse grupo.  

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