Desnaturalizar as violações de direitos para trabalhadores domésticos e denunciar todo o tipo de trabalho infantil são algumas das várias formas de enfrentar e superar o trabalho infantil doméstico. Essas foram uma das conclusões apresentadas na manhã desta sexta (20) no painel de discussão na ENIT, Escola Nacional da Inspeção do Trabalho
O uso de mão de obra infantil para trabalhos domésticos faz com que na maioria, as mulheres percam grande parte de suas vidas trabalhando em afazeres domésticos sem remuneração, ou seja, muitas delas são resgatadas mais de 30 anos depois, quando adultas. Para exemplificar a questão. A auditora fiscal do trabalho Jamile Freitas, do Núcleo de Erradicação do Trabalho Escravo, contou a história de Angela, uma trabalhadora resgatada.
Assim como Angela, o padrão de exploração de muitas outras crianças é quase o mesmo, órfãs, ou com famílias extremamente pobres que deixam crianças com terceiros que assim exploram o trabalho delas. E o perfil dessa exploração é conhecido, são muitas vezes meninas, negras, com famílias com rendimentos abaixo de meio salário mínimo e chefes de família sem escolaridade.
Jamile lembrou que apesar da criação da política de combate ao trabalho escravo ter sido criada em 1995, somente em 2017 houve o primeiro resgate de trabalho escravo doméstico, e somente em 2020 após caso de grande repercussão em Pato de Minas, muito mais casos começaram a serem denunciados. Jamile explicou quais foram os motivos disso.
Lembrando que para fazer denúncias é possível através do site ipe.sit.trabalho.gov.br ou também no disque 100.