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Direitos Humanos

Podcast: Ep 4-TV Quilombo ajuda comunidade a preservar memória de luta

Imprensa Negra no Brasil
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Rafael Cardoso e Akemi Nitahara
01/12/2023 - 07:15
Rio de Janeiro
Podcast - Imprensa Negra no Brasil
© Arte EBC

No quarto episódio do podcast Imprensa Negra no Brasil nós vamos conhecer um pouco da TV Quilombo. Fruto da indignação dos jovens Raimundo e Willian, cansados de serem invisíveis para as mídias tradicionais, o canal nasceu em 2017 no Quilombo Rampa, em Vargem Grande, Maranhão, onde vivem cerca de 500 pessoas, divididas em quatro comunidades.

O Raimundo Quilombola nos conta um pouco dessa motivação. “As coberturas que a grande mídia faz com relação aos quilombos e à população preta, em geral, ainda é muito defasada, não mostra realmente o que de fato a gente é. Então, quando tu tem essa narrativa sempre do outro, referente à tua realidade, ela sempre, ou vai sair de forma errada, ou ela não vai sair de forma completa. Por isso a importância, né, de criar veículos como a TV Quilombo, de criar outros veículos a partir da visão da comunidade. Porque você conta a sua história, né, eu costumo dizer que ninguém melhor pra contar a tua história melhor do que tu, né?”.

A TV Quilombo é também a imprensa negra que já nasceu no mundo digital. Nela tudo acontece pelas redes sociais, ondas de rádio e Youtube. “No início do projeto a gente teve muita resistência, né, na aceitação da comunidade em se deixar filmar”, conta Raimundo. Que destaca como o uso de uma linguagem simples, aquela do dia a dia, e das tecnologias ancestrais, o bambu, por exemplo, usado para construir o tripé para a câmera e o “drone”- uma vara de dez metros com o celular preso na ponta para fazer tomadas aéreas – foram fundamentais para a virada de chave da comunidade. “A gente usa os materiais ancestrais pra que esse mundo moderno, esses materiais modernos eles possam se adaptar à nossa realidade, e não ao contrário, não a nossa realidade se adaptar a esses materiais modernos. E quando você faz isso, você inverte essa lógica, você está, primeiramente, dando a entender que a maior tecnologia sempre foi e sempre será a ancestral, né, porque é o único material que não falha, é a única comunicação que nunca vai falhar é a comunicação ancestral. Então a gente coloca os materiais ancestrais no meio da TV como uma forma das pessoas mais velhas chegar, olhar e sentir representados”, explica.

A ideia ganhou tanta força e foi abraçada por tantos, que hoje a equipe é composta por 40 jovens que aprendem na prática os fazeres da comunicação. E eles já são chamados para fazer coberturas de eventos e contar as histórias de outras comunidades.

Referência, a gente costuma dizer que referência mesmo pra gente é as dificuldades que o nosso povo passa, né, que se torna uma referência pra gente tentar de alguma forma suprir ou mudar essa realidade de violação de direitos que a gente tem. E referências pra gente é também os mais velhos, nossos anciões que lutaram, e que lutam ainda, e a gente puder ter um meio de comunicação que pudesse eles falarem, a partir dessa realidade deles, o que eles quisessem falar, contar suas histórias, trazer as suas memórias pra gente, como uma forma de a gente fazer com que a nossa cultura, ela permaneça por mais tempo.

E assim como na história de outros veículos da imprensa negra, a TV Quilombo sofre com a falta de financiamento. No momento, não contam com nenhum tipo de patrocínio ou apoio mais consistente. Mas isso não impede que mantenham a missão de documentar, preservar e divulgar a cultura quilombola da Rampa.

Gostou dessa história? Então clique no player e acompanhe o quarto episódio completo do Imprensa Negra no Brasil. Ou se preferir ouça nas plataformas de áudio e assista pelo YouTube com interpretação em Libras.

E continue conosco, pois no próximo e último episódio nós vamos te contar como os jovens continuam fazendo e honrando a história da mídia negra no país, e como eles seguem desafiando o racismo da mídia tradicional.

Você pode conferir, no menu abaixo, a transcrição do episódio, a tradução em Libras e ouvir os episódios do podcast no Spotify, além de checar toda a equipe que fez esse conteúdo chegar até você.

EPISÓDIO 4

VINHETA: IMPRENSA NEGRA NO BRASIL

Sobe som 🎶 

Áudio TV Quilombo: Olá medonhos e medonhas, estamos aqui no Quilombo Rampa, é uma comunidade que vai comemorar os seus 205 anos agora em agosto. Mais um ano chegando aí do festejo em homenagem ao São Bartolomeu. E aqui, preparou tudo aqui já, a galera já está na preparação aqui, capinando aqui, a tradicional capina do redor da Igreja. Ó o meu pé, o meu pé aqui, pessoal, vocês estão vendo, estão vendo que eu tô fazendo a reportagem, e vocês podem parar só um minutinho? Ó o meu pé, baiana, tu é meio afiada! Tô aqui com ela, Aninha. Qual a satisfação de estar aqui mais um ano, na preparação desse grande festejo? Olha, pra nós é uma grande satisfação, é uma honra estar no meio com essa galera nova aí, porque eu sou pequenininha no meio dessa galera aí, dessa juventude, estão de parabéns e que nós possamos fazer um bom festejo, e nós aproveitar. Ei, dá pra vocês calar a boca aí que nós tamo aqui na reportagem, pessoal, por favor?

Sobe som 🎶 

Rafael: É com essa mistura de humor e franqueza que o repórter Raimundo Quilombola aborda os entrevistados nos arredores da igreja do Quilombo Rampa, em Vargem Grande, Maranhão, onde vivem cerca de 500 pessoas, divididas em quatro comunidades. O grupo capina o chão para os festejos de São Bartolomeu e entra no clima descontraído do repórter. Todos já estão acostumados com o estilo de cobertura da TV Quilombo, que desde 2017 acompanha o dia a dia da comunidade.

Sobe som 🎶 

Rafael: Eu sou Rafael Cardoso e este é o quarto episódio do podcast Imprensa Negra no Brasil. Nós já relembramos nos outros capítulos os 190 anos de surgimento do jornal O Mulato ou O Homem de Cor, falamos do jornal Quilombo e de Abdias Nascimento e da revista Tição, de Porto Alegre. Neste, vamos conhecer outras formas de comunicação que ajudam a preservar a memória e divulgar as lutas do povo negro.

Sobe som 🎶 

Akemi: Episódio 4 - TV Quilombo ajuda comunidade a preservar memória de lutas.

Sobe som 🎶 

Rafael: A TV Quilombo é a imprensa negra que já nasceu no digital. Tudo acontece pelas redes sociais, ondas de rádio e Youtube. É jornalismo negro e antirracista. É comunicação popular e comunitária.

Raimundo: No início do projeto a gente teve muita resistência, né, na aceitação da comunidade em se deixar filmar, porque sempre a gente tem esses cuidados. Mas por mais que a câmera fosse de papelão, o celular fosse simples, tal, mas como a câmera nunca foi uma realidade, então teve sempre aquela questão de ter um medo natural mesmo, né. Mas só que depois a gente foi mostrando que isso era importante, a questão de ter visibilidade, de mostrar a nossa própria história, de mostrar a gente do jeito que a gente é. E depois a galera toda foi, as pessoas que já chamavam a gente pra fazer coberturas, né, pra filmar eles.

Sobe som 🎶 

Rafael: A ideia da TV Quilombo partiu de dois jovens cansados de serem invisíveis para a mídia tradicional: o Raimundo Quilombola, esse que a gente acabou de ouvir, e o primo dele, o William Cardoso. Eles decidiram criar um sistema de comunicação local. Havia muitas histórias para contar. Desde as ancestrais, que remetem ao início do século 19, quando os quilombos eram centros de resistências de escravizados fugitivos, até os dias atuais, em que a população local enfrenta novos desafios, como o acesso aos serviços públicos mais básicos.

Raimundo: As coberturas que a grande mídia faz com relação aos quilombos e à população preta, né, em geral, ainda é muito defasada, ainda não mostra realmente o que de fato a gente é, né. A gente já avançou muito nessas questões, mas ainda há muito o que avançar. Por isso a importância, né, de criar veículos como a TV Quilombo, de criar outros veículos a partir da visão da comunidade. Porque você conta a sua história, né, eu costumo dizer que ninguém melhor pra contar a tua história melhor do que tu, né. Então, quando tu tem essa narrativa sempre do outro, referente à tua realidade, ela sempre, ou vai sair de forma errada, ou ela não vai sair de forma completa, né, porque sempre tem essa questão de você cortar certas situações, cortar certos detalhes, né, pra uma reportagem, por exemplo, ir pro ar. E com veículos como o nosso, a gente coloca aquilo que tem que ser colocado, sempre respeitando aquilo que acontece na comunidade, respeitando a ancestralidade, respeitando o que pode ser filmado e o que não pode.

Rafael: No começo de tudo, Raimundo e William não tinham equipamentos para gravar as reportagens que faziam no quilombo. Nada de celular, computador, microfone ou câmera de vídeo. Era só a força de vontade mesmo, usando a imaginação e a criatividade para interagir com as pessoas. Quando conseguiram o primeiro celular, ele foi adaptado a uma câmera de papelão. Depois, vieram outros materiais improvisados e ancestrais da comunidade, como o bambu utilizado para construir o tripé para a câmera e o drone. Na verdade, uma vara de 10 metros com o celular preso na ponta para fazer tomadas “aéreas”. 

Rafael: Além de necessidade e improviso, o uso desses materiais cumpre outra função: dialogar com os mais velhos e quebrar a resistência da comunidade, que no começo olhava desconfiada para a iniciativa dos jovens.

Raimundo: Os materiais ancestrais são os que sempre fazem parte das nossas vidas, os que sempre fizeram. E o mundo moderno, os materiais modernos não fizeram parte da nossa história. Então a gente usa os materiais ancestrais pra que esse mundo moderno, esses materiais modernos eles possam, eles que têm que se adaptar à nossa realidade, e não ao contrário, não a nossa realidade se adaptar a esses materiais modernos. E quando você faz isso, você inverte essa lógica, você está, primeiramente, dando a entender que a maior tecnologia sempre foi e sempre será a ancestral, né, porque é o único material que não falha, é a única comunicação que nunca vai falhar é a comunicação ancestral. Então a gente coloca os materiais ancestrais no meio da TV como uma forma das pessoas mais velhas chegar, olhar e sentir representados.

Sobe som 🎶 

Rafael: Com o tempo, as pessoas passaram a chamá-los para fazer as coberturas e registrar os eventos. Como o tambor na Mata, em uma comunidade vizinha ao Quilombo Rampa.

Fala em meio ao som 🎶

Áudio TV Quilombo: A TV quilombo veio cobrir um grande evento, que fica aqui, praticamente 10 quilômetros da comunidade quilombola da Rampa. Então é um tambor tradicional, também como vocês podem ver, no meio da mata, onde a turma vem todos os anos pra agradecer pela água, pelo dom da vida, a água que brota de dentro das pedras. Então vamos chegar, tentar chegar um pouco mais perto pra mostrar esse tambor, o tambor da mata aqui do povoado Bom Vivente

Sobe som do batuque captado pela TV Quilombo 🎶

Sobe som 🎶 

Rafael: Mais um sinal de sucesso da iniciativa é que a equipe aumentou de dois para 40 jovens. Eles trabalham tanto na TV, quanto na Rádio Quilombo e nas redes sociais. Sempre mantendo as características iniciais de comunicação popular e com um apelido peculiar: MEDONHOS

Som de tintilar de sinos 🎶 

Akemi: A palavra medonho foi ressignificada pelo grupo. No lugar de “que dá medo” ou “muito feio”, o medonho e medonha passou a ser algo positivo, belo, muito legal, que identifica os integrantes do grupo de comunicadores populares e também seus seguidores, telespectadores e ouvintes. Por isso a saudação, nos posts das redes sociais e início de vídeos, cumprimentando medonhos e medonhas.
Raimundo: Tem sido um movimento muito importante, porque a partir da comunicação a gente foi buscando outras possibilidades, né, para romper, como a fundação de uma biblioteca, salão de afro, né, onde as meninas comandam, né, pra ter também fonte de renda. E a questão da cobertura se tornou algo que, por as pessoas de comunidades, não só comunidades de quilombolas, a maioria das comunidades também se identificar com a forma do nosso trabalho, que é essa linguagem que a gente já fala na comunidade, sem se mudar, sem usar uma linguagem que não é nossa, sem usar uma linguagem, digamos, técnica, né? A gente fazendo isso, fazendo aquilo que a gente é, mostrando aquilo que a gente é, tanto ne fala quanto na questão do ser mesmo, como um todo, as pessoas se sentem identificadas. E a partir daí a TV ganhou mais visibilidade e as comunidades, povo de outras comunidades também foram se identificando e chamam a gente pra fazer cobertura, pra filmar uma festa tradicional da comunidade, pra contar a história de um ancião, de uma pessoa que faz parte da comunidade há muito tempo, então a TV virou não mais a TV do Quilombo Rampa, mas a TV de uma forma geral das comunidades.

Sobe som 🎶 

Rafael: O grupo não usa linguagem técnica, nem tem um manual de redação, como é comum na imprensa tradicional. O estilo de comunicação vai se desenvolvendo junto com a comunidade, no próprio processo de construção das reportagens. Como no áudio a seguir, que reúne três vídeos do Instagram da TV Quilombo, com a participação de meninas da comunidade:

Áudio TV Quilombo: Vamos ver o que, o que que as muié tão apontando. Um dois três valendo. Vamos ver o que que as mulheres estão aprontando. Um dois três já. Estamos no Quilombo Rampa, quarta-feira do bolo. Vamos acompanhar as quilombola fazendo bolo.

Sobe som 🎶 

Rafael: Notou a voz do Raimundo, ao fundo, “dirigindo” as novas repórteres? É com essa espontaneidade que o trabalho segue. A equipe da TV Quilombo também teve a oportunidade de ir além do estado, cobrindo a Marcha das Margaridas em Brasília, onde participou também de um encontro para falar sobre racismo ambiental e trazer experiências da relação da comunidade com a natureza.

Sobe som 🎶 

Raimundo: A gente faz também essa questão de ir até onde as pessoas das comunidades estão, né? Pra também tratar desse assunto. E a saída também, a gente recentemente a Brasília foi muito pela questão da Marcha das Margaridas, mas também pra discutir, um encontro que a gente foi convidado, sobre racismo ambiental, questões climáticas, né, não só no Brasil mas no mundo. A partir também dessa vivência que a gente tem na comunidade. Como que as comunidades podem contribuir, como que o mundo pode enxergar as contribuições das comunidades que sempre tiveram uma boa relação com a natureza e podem ser um dos transformadores nessa questão de pauta ambiental, porque eles sabem, porque aprenderam na prática, então vivem a todo momento nessa realidade.

Som de tintilar de sinos 🎶 

Akemi: O termo RACISMO AMBIENTAL tem sido utilizado para caracterizar a forma de desigualdade socioambiental que afeta comunidades marginalizadas, como as de pessoas negras, indígenas e pobres. Já que elas são as que mais sofrem os impactos negativos da degradação ambiental e da emergência climática, como alagamentos, deslizamentos de terra, expulsão dos territórios tradicionais para exploração do solo e criação de lixões e aterros sanitários perto de suas moradias.

Sobe som 🎶 

Rafael: Na equipe da TV Quilombo, não há jornalistas profissionais, com diploma universitário. A possibilidade de estudar e ter esse tipo de formação está no horizonte, até para que o trabalho continue crescendo e surjam outras oportunidades. São todos autodidatas, aprendendo com o fazer diário e com a comunicação tradicional da comunidade.

Raimundo: A gente não tem formação nenhuma no mundo jornalístico, na questão institucional, acadêmica, a gente não tem. Mas a gente tem a formação natural, né, de comunicador popular, a partir da nossa realidade, a partir do nosso território, que é a comunicação que a gente chama de dentro pra dentro, é uma comunicação que a gente já nasce, na verdade, com ela, né. As comunidades mantêm vivas a questão da oralidade, a passagem de saberes de uma geração pra outra. E a gente já nasceu comunicador popular. Quem nasce em comunidade já sabe disso. Tudo que a gente faz até hoje, tudo a gente aprendeu de forma autônoma, a partir da necessidade e tentando romper com essas barreiras também.

Sobe som 🎶 

Rafael: O Júlio Menezes, pesquisador do Ipeafro, destaca a importância dos saberes não acadêmicos, principalmente diante de uma população historicamente excluída das instituições formais, como os quilombolas.

Sobe som de agogô 🎶 

Julio: O fato de pessoas negras não estarem dentro da academia não quer dizer que elas não produziam seus saberes, né? Não produziam conhecimento, isso estava sendo produzido no dia a dia por exemplo da vida dos terreiros, né, no cotidiano das escolas de samba, as vivências em família. Isso sempre aconteceu. Dentro da Academia, por ser uma instituição historicamente liderada, né, organizada por pessoas brancas e muitas dessas pessoas brancas racistas, eugenistas, o conhecimento produzido por negro evidentemente passava ao largo. Então você tem ali pessoas né? Pessoas negras pensando, né esse conhecimento, pensando essa tecnologia de saber a partir de epistemologias outras. Ou seja, a partir de conhecimento vindo de África, né? Sustentado em África, mas principalmente constituído aqui no nosso território, com as nossas dificuldades, com as nossas particularidades, né, dessa vivência aqui no Brasil.

Sobe som 🎶 

Rafael: Para Raimundo, a maior limitação nesse momento é a ausência de determinadas instituições e serviços na região. Enquanto não podem contar com uma universidade mais acessível, os comunicadores do quilombo recorrem aos aprendizados ancestrais.

Raimundo: Referência, a gente costuma dizer que referência mesmo pra gente é as dificuldades que o nosso povo passa, né, que se torna uma referência pra gente tentar de alguma forma suprir ou mudar essa realidade de violação de direitos que a gente tem. E referências pra gente é também os mais velhos, nossos anciões que lutaram, e que lutam ainda, e a gente puder ter um meio de comunicação que pudesse eles falarem, a partir dessa realidade deles, o que eles quisessem falar, contar suas histórias, trazer as suas memórias pra gente, como uma forma de a gente fazer com que a nossa cultura, ela permaneça por mais tempo.

Rafael: Para aperfeiçoar o trabalho que vem sendo feito, os jovens pedem doações via Pix no site oficial. No momento, não contam com nenhum tipo de patrocínio ou apoio mais consistente. Mas isso não impede que mantenham a missão de documentar, preservar e divulgar a cultura quilombola da Rampa.

Raimundo: A gente tem um desafio muito grande na questão de apoio pro jornalismo popular, apoio financeiro, principalmente. Só que a gente não se prende muito a isso porque é muita dificuldade as pessoas apoiarem esse tipo de projeto que denuncia racismo, que denuncia violação de direitos, que denuncia racismo ambiental, que denuncia todas as formas de preconceito e racismo que existem nas comunidades, né? Mas a gente não se prende muito a isso porque se fosse se prender na questão de ajuda financeira, o projeto nem tinha nascido. Mas hoje, nesse mundo moderno, para conseguir um equipamento melhor, ter uma internet melhor, pra você continuar com esse trabalho, tem esses desafios, quando você não tem acesso também a essas políticas públicas de financiamento. É um dos desafios, né? E a missão que a gente não deixa de fazer é contar a nossa própria realidade, mostrar a nossa cultura e ajudar, ajudar principalmente as pessoas a romper com esse sistema que tem sido muito, ao longo do tempo, cruel com a gente. 

Sobe som 🎶 

Rafael: Além do canal no Youtube, a TV Quilombo está disponível em formato de podcast, na plataforma Soundcloud, e mantém uma rádio comunitária na região do Quilombo Rampa, a Quilombo FM, com sintonia em 105,9 Mega hertz. Medonhos!

Sobe som 🎶 
 
Akemi: Você acompanhou o penúltimo episódio do podcast Imprensa Negra no Brasil, produzido pela Radioagência Nacional. A produção, apuração e narração são de Rafael Cardoso, que também assina três reportagens especiais para a Agência Brasil, sobre os 190 anos da Imprensa Negra no Brasil.

Sobe som 🎶

Rafael: A adaptação, roteiro e montagem são de Akemi Nitahara. Ela também participou da locução das explicações
A coordenação de processos e edição são de Beatriz Arcoverde e Pollyane Marques
Pegamos no Youtube e no Instagram da TV Quilombo os áudios das reportagens que ilustram o episódio.
Gravação de Tony Godoy
Identidade sonora e sonoplastia de Jailton Sodré.
Liliane Farias e Raíssa Saraiva são responsáveis pela estratégia de publicação e distribuição nas redes sociais
A identidade visual e design foram feitos por Caroline Ramos
Implementação na Web: Beatriz Arcoverde e Lincoln Araújo
Interpretação em Libras: Claudia Jacob
Montagem da versão em vídeo: Felipe Leite e Fernando Miranda
Utilizamos as músicas Malunguinho, da Abayomi Afrobeat Orquestra; e Liberdade da Orquestra Afro-brasileira.

Sobe som 🎶 

Rafael: No último episódio do podcast Imprensa Negra no Brasil, você conhece iniciativas atuais que mantém viva a luta do Homem de Cor, de Abdias Nascimento, do Tição e tantos outros que percorreram o caminho da comunicação racializada antes deles. Nos acompanhe aqui na Radioagência Nacional ou pelas plataformas de áudio. A série também disponível com interpretação de Libras no YouTube.

Sobe som 🎶 


 

Ideia original, produção e narração Rafael Cardoso
Adaptação, roteiro, montagem e locução Akemi Nitahara
Edição e pós-produção: Pollyane Marques e Beatriz Arcoverde
Identidade sonora e sonoplastia: Jailton Sodré
Operação de áudio: Antony Godoy e equipe da EBC
Coordenação de processos: Pollyane Marques e Beatriz Arcoverde
Estratégia de publicação e distribuição nas redes sociais: Liliane Farias e Raíssa Saraiva
Identidade visual e design: Caroline Ramos
Implementação na Web: Beatriz Arcoverde e Lincoln Araújo
Interpretação em Libras: Claudia Jacob
Montagem da versão em vídeo: Felipe Leite e Fernando Miranda
   
   
   
   
   
   
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