Procurador de ação contra BB por escravidão defende ações reparatórias

MPF realizou audiência pública para ouvir movimento negro

Publicado em 19/11/2023 - 15:31 Por Tâmara Freire - repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

O Banco do Brasil pediu desculpas ao povo negro pela participação da instituição, direta ou indiretamente, na escravidão no país. O pedido é assinado pela presidenta do banco, Tarciana Medeiros, primeira mulher negra a ocupar o cargo.

Em texto divulgado no site do banco, Medeiros declarou ainda que a instituição não se furta a aprofundar o conhecimento e encarar a real história das versões anteriores da empresa.

A iniciativa veio após a abertura de um inquérito pelo Ministério Público Federal em setembro, para apurar a responsabilidade do Banco do Brasil na escravidão. O órgão recebeu um estudo feito por 14 pesquisadores de universidade brasileiras e americanas, indicando vínculos diretos entre traficantes de africanos e o capital investido em ações do Banco do Brasil.

Criado em 1808 e refundado em 1853, o banco cumpria, segundo os pesquisadores, um papel singular na sustentação da economia mercantil escravista.

O procurador José Júlio Araújo, responsável pelo inquérito, ressaltou que o mundo inteiro está discutindo ações de reparação pela escravidão.

Nesse fim de semana, o MPF realizou uma audiência pública na escola de samba Portela, no Rio de Janeiro, para ouvir a comunidade e representantes do Movimento Negro a respeito dessas ações de reparação.

O representante do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, Elias José Alfredo, declarou que elas são essenciais para combater os efeitos que a escravidão tem até hoje.

O Banco foi representado no evento pelo gerente-executivo de Relações Institucionais, André Machado, que leu uma carta aberta direcionada ao movimento negro.

A carta menciona algumas ações que estão sendo desenvolvidas pelo banco para combater as desigualdades étnico-raciais, como a assinatura de um protocolo com o Ministério da Igualdade Racial para promover a igualdade e equidade a ampliar ações afirmativas de raça e gênero.

Edição: Sâmia Mendes/Sumaia Villela

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