logo Radioagência Nacional
Direitos Humanos

Evento Língua Mãe debate diversidade e apagamento de línguas indígenas

Baixar
Carolina Pessoa - repórter da Rádio Nacional
17/05/2024 - 15:41
Rio de Janeiro
Brasília (DF), 20/03/2024, - Indígenas do Mato Grosso do Sul e do Paraná se reúnem em frente ao STF, onde se manifestarão contra a Lei 14.701/2023. A “Lei do Marco Temporal” está em vigor desde sua promulgação pelo Congresso, em dezembro. Os indígenas dos povos Avá-Guarani, Guarani e Kaiowá, Terena, Kinikinau e Kadiwéu reivindicam que ela seja declarada inconstitucional pelo STF, que já decidiu sobre o tema em julgamento de repercussão geral.
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
© Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Os saberes ancestrais e a grande importância dos diversos idiomas indígenas são o tema do evento Língua Mãe, que acontece nestes sábado (18) e domingo em São Paulo, e no dia 22 no Rio de Janeiro

Essa é a primeira edição do festival que, além de apresentações e performances, conta com a presença de representantes de diferentes territórios indígenas, como Guarani, Tupi e Pataxó; pesquisadores e ativistas, em diferentes debates.

Serão ao todo seis encontros para discutir questões principalmente ligadas ao apagamento das línguas indígenas ao longo dos séculos. Também será abordado o resgate dos dialetos adormecidos por meio de diferentes tecnologias.

O evento tem curadoria do líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e imortal Ailton Krenak; da escritora e psicanalista Suely Rolnik e da diretora e atriz Andreia Duarte. Andreia destaca a importância do encontro.

“A gente está fazendo um evento que valoriza as línguas indígenas, mas que também combate a ideia de uma monocultura da língua portuguesa. Quer dizer, não existe somente a língua portuguesa nesse país. E a língua portuguesa  se torna oficial, instituída como um projeto de apagamento, inclusive de luta e de guerras, de desterritorialização dos povos indígenas”.

Entre as apresentações estão, em São Paulo, a performance Antes do Tempo Existir, construída a partir da memória dos povos originários e seu diálogo entre as variadas existências do planeta. E no Rio de Janeiro Carlos Tukano, da Aldeia Maracanã, apresenta o Canto Sagrado da Cultura Tukano, na abertura do evento, que também conta com fala de Ailton Krenak.  

O evento dialoga com a Década Internacional das Línguas Indígenas, instituída pela UNESCO para o período de 2022 até 2032.

Os ingressos são gratuitos tanto no Museu das Culturas Indígenas, na capital paulista, quanto na semana seguinte no Centro Cultural Banco do Brasil, na região central da cidade do Rio.

x