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Direitos Humanos

Em nota, Conanda diz que PL do Aborto é violação de direitos

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Solimar Luz, repórter da Rádio Nacional
14/06/2024 - 12:29
Brasília
São Paulo (SP), 16/05/2024 - Ato em defesa dos serviços de aborto legal em frente ao Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo - Cremesp. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
© Rovena Rosa/Agência Brasil

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) divulgou nota contra o Projeto de Lei que pretende equiparar o aborto em gestações acima de 22 semanas ao crime de homicídio, mesmo nos casos permitidos pela lei, como estupro e risco de vida à mãe.

Segundo Marina de Pol, presidente do Conanda, o projeto representa uma violação de direitos e impacta, principalmente, a vida de crianças e adolescentes

A presidente do Conselho avalia que a proposta ignora a realidade das crianças e mulheres que enfrentam situações de estupro. Ela enfatiza que essas pessoas não podem ser submetidas a uma nova violência, com a obrigação de gestar e parir.

A entidade ressalta que, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, 8 em cada 10 vítimas de violência sexual eram crianças e adolescentes e aproximadamente 61 por cento das vítimas de estupro tinham no máximo 13 anos.

Dados do mesmo ano demonstram também que mais de 56 por cento das vítimas de estupro e estupro de vulnerável eram pretas ou pardas.

O projeto do deputado Sóstenes Calvancanti,  prevê pena de até 20 anos de prisão para a mulher que interromper a gestação.

A pena é o dobro da prevista para estupro no Brasil, que é de 6 a 10 anos. Esta semana, a Câmara aprovou que ele seja votado em regime de urgência, o que dispensa a tramitação pelas comissões.

Os defensores da matéria alegam que fetos com mais de 22 semanas já são viáveis e uma violência cometida contra uma pessoa não pode justificar a morte de outra.

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