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Direitos Humanos

Supremo sugere que RJ tenha meta para redução da letalidade policial

Medidas como o uso de câmeras corporais já surtiram efeito
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Tatiana Alves - repórter da Rádio Nacional
04/07/2024 - 17:39
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 17/08/2023 - O movimento de familiares de vítimas de violência policial do estado do Rio de Janeiro faz ato, em frente ao Palácio Guanabara, para protestar contra as operações letais que ocasionaram mais de 100 vítimas no
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal sugeriu a fixação de meta anual para a redução da letalidade policial no Rio de Janeiro. A proposta será avaliada pelo ministro Edson Fachin, relator do caso.

Na terça-feira (2), após encontro com a cúpula da segurança pública do Rio, o ministro disse que o processo deve ser liberado para julgamento definitivo no segundo semestre deste ano.

Além de fixação da meta, a nota técnica também sugere que a decisão final do Supremo torne obrigatório o acompanhamento psicológico para policiais envolvidos em mortes durante operações.

Também estão em análise a criação de um protocolo para a realização de operações em regiões próximas às escolas e unidades de saúde, o treinamento de policiais para atendimento médico à população e a criação de normas para garantir a participação dos familiares de vítimas na investigação. Além disso, a cientista social e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, Silvia Ramos, argumenta que esse quadro de alta letalidade pode ser revertido com um trabalho focado em inteligência.

“É possível reduzir em 70% a letalidade policial no Rio de Janeiro, ou seja, as mortes decorrentes das operações policiais e, ao mesmo tempo, reduzir a criminalidade. É possível fazer uma outra politica de segurança e que respeite a vida e não seja baseada em um monte de mortes decorrentes de  ação policial e que seja, sim, baseada em informações e outras ferramentas ligadas à inteligência”.

Medidas que foram tomadas a partir de 2020, como o uso de câmeras corporais nas fardas dos policiais e nas viaturas e aviso antecipado das operações para autoridades das áreas de saúde e educação para proteger as unidades de tiroteios entre policiais e criminosos, contribuíram para a diminuição da letalidade.

Segundo o Ministério Público do Rio, naquele ano, 1,2 mil pessoas morreram durante intervenções policiais. Já em 2023, o número passou para 871. Nos primeiros quatro meses de 2024, foram registradas 205 mortes.

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