logo Radioagência Nacional
Direitos Humanos

Defensoria Pública revela situação crítica de 550 imigrantes em GRU

Relatório aponta que pessoas dormem no chão sem cobertas no aeroporto
Baixar
Tâmara Freire, repórter da Rádio Nacional
21/08/2024 - 15:30
Rio de Janeiro
São Paulo (SP), 11/03/2024 - Acampamento dos refugiados afegãos com visto humanitário que esperam por abrigo no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
© Rovena Rosa/Agência Brasil

A Defensoria Pública da União (DPU) constatou graves violações de direitos humanos entre os cerca de 550 imigrantes que estão retidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O relatório da instituição diz que há pessoas dormindo no chão e muitas não receberam cobertores, passando as noites sem qualquer agasalho. Além disso, de acordo com a DPU, há uma crescente demanda por atendimento de saúde, com muitas pessoas apresentando sintomas gripais. A Defensoria destaca ainda que há crianças e adolescentes entre os imigrantes retidos.

O relatório afirma que o tratamento destinado aos imigrantes é inadequado e contraria a legislação nacional. Diz ainda que o tempo de espera pela concessão de refúgio e as condições materiais do terminal expõem as pessoas a condições degradantes, como a falta de alimentação e higiene adequadas, com riscos à vida e saúde.

No último dia 8, um homem, cidadão de Gana, que estava na área retida, morreu após sofrer um infarto. Ele foi atendido por equipe médica e encaminhado ao hospital público, mas não resistiu.

De acordo com a Polícia Federal, desde o mês de julho, há um aumento no fluxo de pessoas que chegam ao Brasil em trânsito internacional, mas deixam de seguir viagem. Essas pessoas não podem ingressar no Brasil por falta de visto e tentam solicitar refúgio para viver no país, mas, segundo a PF, não apresentam a documentação pertinente. Por isso, estão vivendo no aeroporto, retidas em uma área reservada do terminal 3.

A situação não é inédita. Em dezembro de 2023, a Defensoria já havia constatado a retenção de 485 pessoas também em Guarulhos. De acordo com a instituição, muitas delas estavam em situação de extrema vulnerabilidade, sem assistência à saúde e sem acesso à alimentação e higiene adequadas. Entre os estrangeiros, havia gestantes, crianças e menores desacompanhados.

x