Alunos da Universidade Federal Fluminense de Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, criaram um projeto para distribuir shorts absorventes reutilizáveis e sustentáveis, que podem ser usados também por pessoas transgênero que menstruam. A aluna Ana Oliveira Matos, uma das integrantes do projeto, explica que a ideia é promover a conscientização social sobre menstruação e questões transgênero.
Melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas transgênero que menstruam, reduzir a disforia de gênero, aumentar a visibilidade e a consciência sobre as questões transgênero, promover a empregabilidade trans e diminuir a poluição ambiental. Então dessa forma ele está alcançando os objetivos de desenvolvimento sustentável.
Ela destaca que no mercado os produtos menstruais mais acessíveis são todos feitos para mulheres e meninas cisgênero. É importante destacar que a pobreza menstrual é uma realidade grave para as pessoas transgênero. É agravada pela falta de produtos menstruais inclusivos, o alto custo de terapia hormonal e as dificuldades no acesso a informações adequadas. E além disso, a associação da menstruação ao gênero feminino pode intensificar a disforia de gênero.
Uma das características da pobreza menstrual é a falta de infraestrutura, recursos financeiros e até conhecimento sobre os cuidados envolvendo a própria menstruação. Segundo especialistas, a falta de estrutura e recursos pode levar a problemas de saúde físicos, como infecções ginecológicas, alergia e até mesmo a depressão.
Pesquisa do Unicef diz que 19% dos jovens e adolescentes que menstruam no Brasil não têm dinheiro para comprar absorventes nem acesso a eles e que 77% sentem constrangimento em espaços públicos ou na escola por estarem menstruados. "Por isso, o projeto quer abranger um número maior de pessoas, impactando positivamente a vida de todas as pessoas", diz Ana Oliveira Mattos.
Apesar do projeto ter um foco específico em beneficiar pessoas transgênero, ele não se restringe apenas a esse público. A visão de impacto inclui melhorar a saúde e o bem-estar de todas as pessoas que menstruam. A iniciativa conta com o apoio do Programa Estadual Rio Sem LGBTI Fobia e do Centro de Cidadania LGBTI Mais Médio Paraíba em Volta Redonda. A expectativa é que o programa chegue a outras cidades do Estado.