Operação Resgate tira 593 pessoas da situação de trabalho escravo
O total de pessoas resgatadas em situação de trabalho escravo contemporâneo aumentou quase 12% em julho e agosto deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. 11,65%, mais especificamente. Isso representa 593 trabalhadores em situação de trabalho escravo contemporâneo resgatados durante a quarta fase da Operação Resgate. Dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Ministério Público do Trabalho.
As inspeções ocorreram em 15 estados e no DF. E as localidades com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais, com 291, seguido de São Paulo, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.
Quando se analisa a atividade, a maior parte trabalhava na agropecuária. É o cultivo de café, cebola, alho, horticultura. Mas o trabalho escravo contemporâneo aparece também nas cidades. Construção civil lidera, mas também restaurantes, condomínios e clínicas de dependentes. Aliás, em uma dessas clínicas, eram 63 internos e nenhum trabalhador registrado.
Outro caso que chamou a atenção das equipes da Operação Resgate foi o de uma idosa de 94 anos no Mato Grosso. Ela trabalhava para a mesma família há 64 anos, sem salário, sem família, sem amigos, sem vida social. Outro caso foi o de uma mulher em São Paulo. O coordenador-geral de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Análogo ao de Escravo, André Roston, do Ministério do Trabalho, detalha.
As ações ainda resgataram 18 crianças no Amapá, Distrito Federal, Mato Grosso e Minas Gerais.
Em termos de verbas, foram R$ 1,9 milhão em recisões pagas, mas alguns processos ainda estão em negociação. Foram abertos pela Polícia Federal mais de 480 inquéritos para investigar esse crime. E, para quem não sabe como fazer uma denúncia, a quem recorrer se for vítima ou souber de alguém nessa situação de trabalho escravo contemporâneo, o defensor público-geral federal Leonardo Magalhães, dá alguns caminhos.
O site é o dpu.def.br. E tem ainda o Disque 100. Ligação grátis de qualquer telefone.