O sistema de reconhecimento facial no estado do Rio de Janeiro alcançou, nesta semana, a marca de trezentas prisões. Desse total, metade foi para cumprimento de mandado por falta de pagamento de pensão alimentícia.
Segundo a Polícia Militar, a lista de presos inclui, entre outros crimes, roubos e furtos; homicídio, feminicídio, tráfico de drogas, violência doméstica e estupro.
Entre janeiro e meados de agosto, o reconhecimento facial representou um aumento de 10% de todos os mandados cumpridos este ano no estado.
O sistema está em operação no Rio de Janeiro há menos de um ano. Foram instaladas 136 câmeras, com software de reconhecimento, na orla da capital e em outros pontos estratégicos, como a Rodoviária da capital.
Ele funciona repassando alertas para uma central de monitoramento e, a partir daí, operadores verificam se há semelhança entre a pessoa identificada pelo sistema e fotos de bancos de dados do Tribunal de Justiça e de foragidos.
Em caso positivo, policiais são orientados a se dirigir ao local e checar se a pessoa abordada é a mesma do banco de dados. Essa checagem é feita por meio de documento de identificação. Se confirmado, a pessoa é levada para delegacia.
O cientista político Pablo Nunes, coordenador do Panóptico, projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, destaca que, apesar desse número de prisões, nenhum projeto de reconhecimento facial usado no país é transparente em relação à eficiência diante do gasto público.
Segundo o projeto Panóptico, que monitora as novas tecnologias na segurança pública do Brasil, existem hoje 264 projetos que usam técnicas de reconhecimento facial no país.