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Direitos Humanos

Falta de saneamento afeta frequência escolar de 6 milhões de crianças

Quatro em cada 10 crianças se afastam da escola por falta de esgoto
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Estagiário Caio Azevedo com supervisão de Paula de Castro
10/10/2024 - 18:30
Brasília
Rio de Janeiro (RJ), 29/08/2024 - Rio Faria-Timbó, na comunidade de Manguinhos, zona norte da cidade. Um esgoto a céu aberto. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
© Tânia Rêgo/Agência Brasil

Você já se perguntou como a falta de saneamento básico pode afetar a vida das crianças? É esse o foco de uma pesquisa inédita divulgada nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Trata Brasil, que revelou uma realidade devastadora. Quatro em cada 10 crianças brasileiras de até 6 anos se afastam de creches e escolas por falta de saneamento. Em números absolutos, são mais de 6 milhões de crianças. E, para se ter ideia, o valor é equivalente à população inteira do Paraguai.

Os impactos também são percebidos na saúde dos pequenos. Em um ano, mais de 300 mil crianças são internadas por doenças relacionadas à falta de saneamento. Em locais sem infraestrutura, as pessoas estão mais vulneráveis a doenças como dengue, cólera e diarreia, que são causadas por água parada ou contaminada. A falta de água tratada também prejudica a higiene. 

As doenças ocasionadas pela falta de saneamento também põem em risco a gestação de mulheres grávidas.  

Na escola, até o desempenho é afetado. O estudo revela que crianças sem acesso a saneamento tendem a tirar notas mais baixas. Devido às doenças às quais estão suscetíveis, acabam frequentando menos as aulas e apresentando maior dificuldade no aprendizado.

Os impactos na infância e adolescência acabam prejudicando também o futuro desta criança, no que diz respeito a emprego e renda. Um jovem que teve acesso a saneamento básico desde a sua infância vai ter quase 50% a mais de renda, se comparado com alguém que cresceu sem a mesma infraestrutura.

Para a presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, é fundamental o compromisso dos recém-eleitos no pleito deste ano.  

Uma lei aprovada em 2020, conhecida como o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, estabelece metas para a universalização destes serviços. Foi determinado que, até 2033, 99% da população deve ter acesso a água potável, e pelo menos 90% deve ter o esgoto coletado e tratado.

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