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Direitos Humanos

América Latina e Caribe avançam no combate à fome, diz FAO

Resultado vem da recuperação econômica e aumento de gasto público
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Oussama El Ghaouri - repórter da Rádio Nacional
27/01/2025 - 19:24
Brasília
São Paulo (SP), 23/12/2023 - Ceia de Natal distribuida pela ONG SP Invisível para pessoas em vulnerabilidade social, durante a Jornada Nacional de Solidariedade Contra a Pobreza e a Fome, em Belenzinho. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
© Rovena Rosa/Agência Brasil

A América Latina e o Caribe avançaram no combate à fome nos dois últimos anos, contrariando o retrocesso de 15 anos observado no resto do mundo. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pela FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

O resultado ruim em diferentes regiões do mundo coloca em risco as metas globais para acabar com a fome até 2030, mas alguns progressos nessa luta foram conquistados na América Latina e no Caribe, destacando a região como a única com essa tendência positiva no mundo.

Foi o que explicou o representante da FAO para a América Latina e Caribe, Mario Lubetkin.

“Este progresso é atribuído a fatores como recuperação econômica após a pandemia de Covid-19, o aumento do gasto público em proteção social e a melhoria do emprego e dos salários”.  

Apesar do resultado positivo, ainda há muita desigualdade na região, segundo Mario Lubetkin.

“Mulheres, comunidades rurais e populações vulneráveis continuam sendo as mais afetadas, embora a acessibilidade a uma dieta saudável melhorou, a região apresenta o custo mais alto, do mundo, em sua obtenção, o que dificulta o acesso equitativo à boa alimentação. E isso porque estamos falando da região mais poderosa em produção de alimentos. Apesar disso, manter as tendências de erradicação da fome continuam tendo um grande desafio”.

O diretor da FAO destacou que crianças têm problemas de baixo peso e tamanho. Também ressaltou que obesidade e sobrepeso infantil na região superam a média global de forma alarmante.  

Para ele, três causas principais tornam a insegurança alimentar mais intensa: os conflitos, a crise econômica e a variação do clima com os eventos extremos.

Na questão climática, a situação da América Latina e do Caribe é preocupante, como explicou Mario Lubetkin.

“A América Latina e o Caribe é a segunda região mundial mais exposta a esses fenômenos, depois da Ásia. 74% dos países da região enfrentam alta exposição a eventos climáticos extremos. E 52% são vulneráveis a impactos negativos em sua segurança alimentar. A variabilidade climática a eventos extremos, como secas, enchentes e tempestades, reduzem produtividade agrícola, desestabilizam as cadeias de abastecimento e elevam os preços dos alimentos”.

O diretor da FAO, defendeu políticas para fortalecer os sistemas agroalimentares, dando prioridade às populações mais vulneráveis e expostas a eventos climáticos extremos.

 

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