Ato pede tombamento de quartel que foi centro de tortura na ditadura
Neste sábado (11), no Rio de Janeiro, ocorreu um ato que pedia o tombamento do quartel da Polícia do Exército, onde presos políticos foram torturados e mortos pela ditadura militar.
A Associação Brasileira de Imprensa, o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro e a ONG Rio de Paz realizaram o ato público em frente ao Batalhão, na capital fluminense.
Segundo a Associação, a ideia é que, após o tombamento, seja instalado um centro de memória e resistência contra os regimes de exceção, a exemplo do Memorial da Resistência de São Paulo, que funciona desde 2009 no prédio do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social.
Também participaram do ato ex-presos políticos que conseguiram sobreviver após ficarem detidos no prédio durante a Ditadura Militar brasileira, como o jornalista Álvaro Caldas e a cineasta Lúcia Murat, além de parlamentares e representantes de entidades da sociedade civil. O ex-deputado Rubens Paiva, que hoje possui um busto em frente ao Batalhão e outros 52 mortos ou desaparecidos por ação direta dos agentes do DOI-Codi, o Destacamento de Operações de Informação-Centro de Operações de Defesa Interna, foram lembrados durante o ato, em faixas, fotos e cartazes, com a presença de familiares das vítimas.
O DOI-Codi funcionou entre os anos de 1970 e 1979 dentro do 1º Batalhão de Polícia do Exército, onde segundo relatório da Comissão Estadual da Verdade vários presos foram torturados e mortos. A prisão e morte de Rubens Paiva, que chegou a ser detido no batalhão, é retratada pelo filme Ainda Estou Aqui, que está em cartaz nos cinemas, e representa o Brasil numa possível indicação para Oscar de melhor filme de língua estrangeira deste ano.