Trabalhadores da área produtiva da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, entram em licença remunerada nesta sexta-feira (7) até o dia 21 de agosto.
A montadora está adotando medidas para gerenciar o pessoal excedente, cerca de 2 mil, há pelo menos um ano e estuda novos ajustes a partir de 1º de setembro.
A empresa negociou com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a adesão ao Plano de Proteção ao Emprego (PPE), do governo federal, mas a proposta foi rejeitada por 74% dos empregados da unidade no início de julho.
O PPE permite a redução temporária da jornada de trabalho, com diminuição de até 30% do salário. Para isso, o governo arca com 15% da redução salarial.
O sindicato do ABC disse que não vai aceitar demissões. Cinco das seis montadoras de veículos da região estão em São Bernardo do Campo: Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz, Scania e Toyota.
Ao todo, a base do sindicato soma cerca de 90 mil trabalhadores. A entidade informou que, de janeiro a maio, cerca de 4 mil postos de trabalho foram fechados.
Nas demais montadoras, a situação permanece a mesma. A Ford informou que está com um programa de demissão voluntária (PDV) em aberto até esta sexta-feira (7) na unidade de São Bernardo do Campo.
Em julho, foram feitas paradas temporárias na fábrica para ajustar o ritmo de produção à demanda.
Situação melhor estão as montadoras Scania e Toyota, onde não houve demissões, nem uso de mecanismos temporários para equilíbrio da mão de obra, como layoff, férias coletivas ou banco de horas.
A Volkswagen não atendeu ao pedido de informações da reportagem até a publicação desta matéria.