O Ministério Público Federal no Espírito Santo deve começar a desvendar até o final de março, como bancos e financeiras conseguiram obter informações de trabalhadores que pediram aposentadoria.
As instituições financeiras ligaram para os trabalhadores oferecendo crédito consignado antes mesmo que os beneficiados soubessem que tiveram o pedido de aposentadoria aceito pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
O procurador da República Carlos Vinícius Cabeleira disse que somente na Procuradoria do Espírito Santo foram feitas três denúncias, mas há registros de outros casos em vários estados do país.
O procurador explicou que o INSS repassa dados do benefício apenas para a instituição que faz o pagamento. Mas não foram as instituições financeiras responsáveis pelo pagamento que fizeram a oferta do crédito consignado.
O procurador disse, ainda, que foram feitos pedidos de informações às instituições financeiras e ao INSS, neste mês. Agora, é preciso aguardar o prazo de 30 dias para receber as respostas.
Em nota, o Banco BMG disse que repudia com veemência qualquer ilação de que tenha acesso irregular a dados pessoais. O Banco BMG acrescentou que desconhece qualquer investigação e que jamais foi chamado a prestar qualquer esclarecimento às autoridades.
O Banco Votorantin disse que sua estratégia de abordagem de clientes para obter oferta de crédito consignado está focada na renegociação de contratos, o que representa 96% das operações nessa modalidade.
A instituição destaca, ainda, que utiliza apenas a base de dados de uso público da Dataprev.
O Banco Pan disse que desconhece tanto o inquérito quanto a prática citada.
O INSS informou que os dados dos seus segurados ou beneficiários são mantidos em sigilo. Além disso, o instituto disse que sempre orienta beneficiários a não fornecer seus números de benefícios e seus dados pessoais a terceiros.
O INSS disse, ainda, que denúncias podem ser feitas por telefone, pelo número 135.