O açaí tem ganhado cada vez mais destaque nos mercados nacional e internacional. Típico da região amazônica, o fruto é a base da economia de muitas comunidades na Região Norte do Brasil.
É o caso da Ilha do Marajó, no Pará. O fruto corresponde a quase 70% da produção dos produtos florestais não-madeireiros na região.
Mas apesar do grande volume, a safra do açaí tem duração de apenas quatro meses ao ano.
Durante o período, cada família extrativista consegue extrair em média de 5 a 10 rasas do fruto, que é a unidade de medida do açaí. Cada uma soma em torno de 14 quilos.
E para garantir renda durante os outros oito meses, extrativistas se uniram e colocaram em prática a ideia do Fundo Florestal Comunitário.
O gerente de projetos do Instituto Peabiru, Organização da Sociedade Civil, que coordena a iniciativa, Manoel Potiguar, explica que algumas comunidades na região decidiram vender o fruto de forma coletiva.
A prática, além de garantir um melhor preço pelo produto, também ajudou a formar uma poupança.
O produtor Miguel Baratinha afirma que a sua comunidade no município de Curralinho (PA) está aprimorando o projeto. A ideia é constituir um banco comunitário.
A instituição passa a emitir moeda própria com paridade ao real. O recurso - com circulação restrita ao vilarejo - será investido em prol de todos os moradores. E apesar de não terem definido onde o dinheiro será aplicado, o extrativista já tem alguns planos.
A primeira experiência de Banco Comunitário na Ilha do Marajó foi implantada em abril deste ano, no município de Muaná. A iniciativa é uma parceria entre o Instituto Internacional de Educação do Brasil, o Instituto Vitória Régia e a Peabiru.
Embora a região do território de Marajó reúna 16 cidades e uma população de quase 500 mil pessoas, apenas duas têm atendimento bancário realizado pela Caixa.
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