De cada dez famílias brasileiras uma não está em condição de pagar as dívidas que contraiu. E cerca de seis em cada 10 estão endividadas. Mais de 78% dessas dívidas são do cartão de crédito.
Esses dados são da pesquisa feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A confederação entrevistou em outubro 18 mil famílias em todas as capitais do país.
De outubro de 2015 para outubro deste ano, o número de famílias endividadas caiu de 62% para 57%.
Para o economista da CNC, Bruno Fernandes, essa redução reflete a crise econômica.
Já a inadimplência cresceu um pouco, saiu de 23,1% para 23,8% das famílias entrevistadas no intervalo de um ano.
O principal vilão do endividamento é o cartão de crédito. O economista Bruno Fernandes recomenda que se evite os juros do cheque especial e do cartão de crédito no caso da pessoa não conseguir quitar a fatura no final do mês.
O economista alerta que as famílias devem manter o endividamento em, no máximo, 30% do total da renda.
O funcionário de um escritório de contabilidade João Carlos Ferreira Neri não seguiu essa recomendação e chegou a comprometer 50% da renda em dívidas.
Ele explicou que não ganhou o dinheiro que esperava no trabalho, o que comprometeu a capacidade de pagar a dívida e precisou negociar para limpar o nome.
O número de famílias sem condições de pagar as dívidas cresceu no intervalo de um ano, segundo a pesquisa. Era 8,5% em outubro de 2015 e passou para 9,4% no mês passado.