Especialistas recomendam cautela após altas e baixas da Bolsa de Valores de São Paulo
Uma declaração do presidente do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos, Jerome Powell, interrompeu, nessa terça-feira, uma sequência de nove altas na Bolsa de Valores de São Paulo. Em uma audiência na Câmara dos Deputados, Powell indicou que a taxa básica de juros da economia americana deve ter três aumentos até o fim do ano.
Após essa audiência, os investidores aqui no Brasil pisaram no freio. O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de São Paulo, que reúne as 64 ações mais negociadas, fechou a terça-feira em queda de 0,82%.
O professor Joelson Sampaio, da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, explicou como o aumento na taxa de juros americana influencia o mercado financeiro brasileiro.
Desde a Quarta-feira de Cinzas, a Bolsa de São Paulo não sabia o que era fechar em baixa. Na terça-feira passada, o Ibovespa iniciou uma sequência de recordes diários. Nem mesmo o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela agência de risco Fitch ou a desistência do governo de votar a reforma da Previdência foram capazes de segurar as altas nas Bolsas de Valores.
O ex-presidente do Conselho Regional de Economia do Espírito Santo, Eduardo Reis Araújo, avaliou que o mercado já esperava que o governo não conseguisse votos suficientes na Câmara dos Deputados, e que a nota de crédito cairia. O economista atribuiu essas altas a um movimento de especulação.
Os dois especialistas recomendaram cautela aos investidores. Eduardo Araújo destacou que as eleições deste ano prometem deixar o mercado de ações com muita volatilidade, ou seja, com grande variação de preços.
Se você não tem muita experiência com ações, mas pensa em colocar seu dinheiro na Bolsa de Valores, Joelson Sampaio deu algumas dicas. O professor sugeriu comparar os diferentes tipos de investimento, em vez de comprar ações por impulso.
Enquanto o cenário internacional interrompeu a sequência de altas na Bolsa de São Paulo, no caso do câmbio também houve impacto. O dólar estava em queda havia uma semana, mas nessa terça-feira fechou o dia em alta de 0,54%, cotado a 3 reais e 25 centavos.
