Amapá, Bahia e Acre lideram a lista dos Estados com maior taxa de desocupação do país no primeiro trimestre de 2019.
A taxa cresceu em 14 das 27 unidades da Federação, inclusive em estados como São Paulo e Minas Gerais, que têm um peso expressivo na economia do país.
Nas outras unidades da Federação, a desocupação ficou estável em relação ao quarto trimestre do ano passado. Os dados da Pnad Contínua Trimestral foram divulgados nesta quinta-feira (16) pelo IBGE.
Quatro unidades da Federação - Acre, Roraima, Maranhão e Distrito Federal - bateram recorde na taxa de desocupação.
O coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, detalha que os dados da desocupação, agregados à subutilização da força de trabalho, mostram que as fragilidades na geração de emprego estão espalhadas por todo o país.
A subutilização leva em conta os trabalhadores que estão ocupados menos horas do que poderiam trabalhar, estão desocupados ou desistiram de procurar trabalho, os chamados desalentados, que também atingiram o maior número da série histórica em todas as regiões.
A precariedade da ocupação que vem sendo gerada também aparece nos dados da Pnad, com ausência de empregos com carteira de trabalho assinada como explica Cimar.
O estado do Maranhão tem o menor percentual de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado, com mais da metade dos empregados trabalhando sem carteira 50,3%.
Onze estados apresentaram aumento de pessoas trabalhando por conta própria em comparação com o mesmo trimestre do ano passado. A região metropolitana de Macapá registrou a maior taxa de desocupação e a de Goiânia, a menor. Três milhões e 319 mil pessoas procuravam trabalho no Brasil há dois anos ou mais. O número é também o maior desde 2012.
A Pnad Contínua Trimestral também permite analisar a ocupação em relação a cor e raça. Os dados mostram que aumentou o número de pardos e pretos desocupados e caiu o número de brancos.
A taxa de desocupação dos que se declaram brancos ficou abaixo da média Nacional de 12,7%, registrando 10,2%.
Já a dos negros ficou bem acima da média nacional, com os pretos, atingindo 16% de taxa de desocupação e os pardos, 14,5%.
As mulheres também são mais atingidas pelo desemprego, no entanto, de acordo com o IBGE é possível verificar que a diferença entre os gêneros diminuiu nos últimos anos já que a população masculina perdeu massivamente postos de trabalho em ocupações historicamente lideradas pelos homens, como a construção civil.