Haitianos ainda são maioria, entre imigrantes, no mercado de trabalho brasileiro
Haitianos ainda são maioria, entre imigrantes, no mercado de trabalho formal brasileiro. Mas a tendência deve mudar: os venezuelanos podem alterar esse cenário. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública isso pode acontecer porque os haitianos começaram a vir para o Brasil em 2010, com um fluxo intenso de lá para cá. Como o mercado de trabalho demora um pouco para contratar essas pessoas, esse número, por enquanto, é dominado pelos haitianos.
De acordo com o coordenador geral de imigração laboral do ministério, Luis Alberto Matos, o aumento nas contratações dos imigrantes haitianos se deve, também, ao acesso dessas pessoas às regiões de oportunidades, no Brasil.
No ano passado, dos venezuelanos que pediram refúgio no Brasil, setenta por cento pediram também a emissão de carteira de trabalho. O que significa que ainda podem ser contratados nos próximos anos.
Segundo o Relatório Imigração e Refúgio no Brasil, divulgado nesta quinta-feira, pelo ministério da Justiça, mais de sete mil venezuelanos se movimentaram no mercado de trabalho formal em todo o ano de 2018. E esse número já foi ultrapassado apenas no primeiro semestre deste ano, quando foram mais de oito mil venezuelanos. Ainda assim, os haitianos, em 2018 eram, em número, quase quatro vezes mais que os venezuelanos, em todo o ano passado: mais de 27 mil.
Luis Alberto Matos, detalha o perfil dos trabalhadores que vieram da Venezuela para o Brasil. Presente na divulgação dos dados, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, disse que o alto fluxo de imigrantes, durante a atual década, se deve ao perfil de “terra de promessas” do Brasil, que atrai pessoas de outros países.
O documento ainda aponta que, entre 2011 e 2018, foram registrados mais de setecentos mil imigrantes no Brasil. Em maior número estão os haitianos, seguidos de bolivianos, venezuelanos e colombianos. Mas somente no ano passado, os venezuelanos foram os que mais vieram para o Brasil.